Porque eles vencem eleições
Porque eles vencem eleições
A política é a arte do encontro entre as ideias e os idealistas, mas a eleição é o ponto de encontro entre o idealista e o povo. Mesmo que tenham muitas virtudes (e muitos as tem), não são apenas as virtudes que darão vitória a este ou aquele candidato, e sim sua condição de proximidade com o povo.
Maquiavel aconselhava o Príncipe a descer do castelo e visitar a planície, pois era ali que o povo vivia. A analogia é verdadeira, e mesmo que tenham os candidatos virtudes reconhecidas, será a proximidade com o povo que definirá qual deles governará com aval deste.
É o candidato que demonstra em sua trajetória que não tem medo do povo, e mais que isso, que verdadeiramente ama seu povo, quem terá mais condições de receber os votos necessários para que dê continuidade à sua trajetória política, seja ela legislativa ou administrativa.
A civilização e a democracia são medidas mais pelo carisma dos seus ícones, do que pelas qualidades administrativas e gerenciais de seus burocratas. Caso fossem apenas as condições técnicas, qualquer administrador de empresa poderia ser um ótimo gestor público. Mas quando se trata de governar pessoas, o gestor público deve ter a fragrância política necessária para perfumar o coração das pessoas.
São as pessoas que querem votar na pessoa. São as pessoas que abraçam, comovem e são comovidas pela pessoa. Então, neste caminho podemos traçar um gráfico que mostra com gritante clareza que, quando houve embate de duas forças semelhantes neste carisma, a diferença do pleito era pequena, dividindo os eleitores e polarizando as tendências. Mas, quando houver a diferença, esta está certamente definida pelo comportamento tradicional de cada candidato. É aqui que o povo, que não é desinformado, começa a distinguir entre aquele que conhece as pessoas pelo nome, e o sabor do café das frias manhãs entre os funcionários mais humildes, daquele que teoriza e planeja ideais intelectualizantes do recôndito de um gabinete solitário.
Quem sou eu para dar conselhos, pois não entendo nada de eleição. Nunca fui candidato. Mas sou povo. E sendo povo, diria que se você quer ser candidato, desça à planície e abrace o povo. Ouça as pessoas. Não por sessenta dias, mas a vida inteira. E sua vitória poderá ser, um dia, no mínimo estrondosa. Ou quase por igual, se seu oponente estiver lendo isso também.