POR QUE AS EMPRESAS PERDEM A LIDERANÇA - I

 
  


Muitos se dedicaram a estudar o sucesso e fracasso de grandes empresas. Thomas Kahan, da Universidade de Chicago, foi um deles que observou, não apenas os padrões de sucesso ou fracasso, mas os princípios que os guiaram. O resultado foi publicado e se transformou em um livro chamado "Inovação - A vantagem do atacante". O título sugere, a princípio, que empresas de sucesso são aquelas que seguem um padrão "killer" diante da concorrência, mas não se trata disso. Ao contrário, empresas de sucesso são aquelas que têm vantagens sobre seus concorrentes porque reconhecem a necessidade de serem implacáveis em canibalizar seus próprios produtos e métodos atuais, justamente quando estão na fase mais lucrativa. Em outras palavras: empresas de sucesso são aquelas que se reformulam, renovam, liquidam seus produtos, encaram o constante desafio das novas tecnologias e se comportam como fênix, o pássaro mítico que periodicamente nascia de suas próprias cinzas. Quer um exemplo? A indústria eletrônica compara-se à indústria da moda.


Duas vezes por ano, se não com maior freqüência, os fabricantes trocam seus produtos. A matéria-prima da liderança são novas idéias, mas como saber se estamos diante de uma boa idéia? Em primeiro lugar uma boa idéia não precisa ser explicada muito detalhadamente. Washington Olivetto costuma dizer que toda vez que é preciso sentar para discutir uma nova idéia é porque ela não é boa. Idéias boas são simples, óbvias, a gente as assimila em pé nos corredores. Boas idéias não se justificam através de bulas, manuais de instruções, nem requerem ampla exposição de motivos, flip-charts, data-shows, etc. Uma boa idéia se identifica de imediato, é tão simples, tão óbvia que costumamos dizer "como não vimos isso antes?" Chegamos até a desconfiar de sua simplicidade.


Por ser difícil chegar ao simples, muitas vezes somos enganados por pessoas que desenvolvem fórmulas mirabolantes, burocráticas e sofisticadas que, invariavelmente, consomem nosso tempo, investimentoe resultam em nada.


É comum nos deixarmos levar por burocratas e intelectualóides que apresentam fórmulas extravagantes e complicadas e que às vezes aprovamos simplesmente porque achamos que somos nós quem não temos extensão de raciocínio para compreendê-las. Bem feito para nós, somos suas vítimas merecidas pois esquecemos do princípio que rege todas as coisas do universo: a simplicidade. Pois é, mas aí reside a dificuldade em enxergar o óbvio talvez pelo fato de ele estar embaixo do nosso nariz. Talento para enxergar o óbvio não é pra qualquer um.


Depois de participar de centenas de cursos, seminários e palestras, lembro-me de uma história que marcou minha vida profissional. Foi a leitura de um livro, ou melhor, uma pequena cartilha narrando a história do publicitário Oliver B. Adams, que começou sua carreira em 1916 e foi tido como uma das pessoas de maior capacidade para enxergar o óbvio. Entre vários exemplos a cartilha conta a história de uma grande rede de joalheria com lojas em Londres, Paris, Antuérpia, Roma e que resolveu abrir uma loja em Nova York.


A escolha foi a Quinta Avenida, mas a loja não decolou. Todos os esforços foram feitos: propaganda, promoção e nada... Desiludida, a loja trocou seus funcionários, gerente, agência e nada até que Oliver foi chamado para dar seu diagnóstico. Ele passou dois dias na loja e na Quinta Avenida andando e observando e ao final concluiu que o fluxo de maior movimento de pessoas era na parte da tarde. No entanto, as pessoas não andavam por aquele lado da calçada, o da loja, para evitarem o sol. Sugeriu, então, que a loja se mudasse para o outro lado da rua. Isso foi feito e a loja simplesmente decolou, sem nenhum esforço adicional de propaganda. A carreira de Adams foi pontilhada de sucessos estrondosos a partir de idéias simples, o que lhe valeu o curioso apelido de Obvious Adams. Portanto quem quer manter a liderança tem que cultivar a idéia de perseguir a simplicidade e ter a capacidade de descobrir o óbvio, de ir direto ao ponto.


Eis algumas perguntas e princípios para se chegar ao óbvio:


- Dá pra simplificar?

- Que tal inverter o processo?

- Quem opina vai comprar?

- Ainda sai coelho dessa toca?

- O que era bom pode ficar melhor?


Porque depois de achadas, todas as respostas são óbvias, além do mais, o óbvio não gasta papel e brilha no olhar das pessoas.


Celio Ramos 

Sander Agnello

Gerente Nacional de Vendas / Gerente Comercial / Executivo de Vendas

7 a

Muito bom !!

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