Porto Seguro diversifica seus negócios
A maior seguradora do País cria um fundo de private equity para diversificar seus negócios e tentar repetir o bem-sucedido caso da concorrente francesa Axa. Para isso, conta com a experiência e a trajetória bem-sucedida de Frederico Mesnik e Anibal Messa - à esq. e à dir., respectivamente, na imagem acima. Ao centro, o diretor financeiro Marcelo Picanço
Nas últimas semanas, uma série de reuniões tem movimentado a sede da Porto Seguro, no centro de São Paulo. Mas, ao invés de executivos em busca de apólices de proteção para seus negócios, empresários passaram a procurar a companhia adquirida pela família Garfinkel, nos anos 1970, para apresentar suas empresas. O que parece sem sentido para uma seguradora tem uma explicação: a unidade recém-criada de negócios para investimentos alternativos. A Porto Seguro Capital vai atuar através do Porto Growth Edge I, um fundo de private equity de R$ 400 milhões que ainda está em período de captação. A intenção é encontrar companhias com faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 150 milhões nos mercados de educação, serviços financeiros, saúde, tecnologia e consumo. Até o final deste ano, a expectativa é receber aportes de, no mínimo, R$ 5 milhões de investidores que topam dividir o risco na busca por potenciais campeãs. “Não somos uma Intel Capital, que investe para desenvolver seu ecossistema de fornecedores e clientes”, diz Frederico Mesnik, sócio da Porto Seguro Capital. “Estamos em busca de empresas com potencial de crescimento. Agora é o momento ideal para investimentos de longo prazo no País.”
A Porto Seguro tem apostado na diversificação de seus negócios. Atualmente, 13% do faturamento do grupo, que chegou a R$ 16,6 bilhões no ano passado, vem de outras áreas, como serviços financeiros e serviços gerais. Outros mercados, como consórcio, cartão de crédito, saúde ocupacional ou alarmes monitorados, têm tido uma expansão acima do mercado segurador. Entre 2010 e 2015, o crescimento médio deles foi de 32%, o dobro dos 16% dos seguros na carteira da Porto Seguro. O fundo de private equity deve contribuir, nos próximos anos, com uma divisão maior da receita. “Em mercados onde as reservas são pouco remuneradas em renda fixa, é natural elas migrarem para o mercado de capitais”, diz Alexandre Malucelli, presidente da JMalucelli Seguradora. “Nos EUA, um grande exemplo é a Geico, a seguradora de Warren Buffett.”
A inspiração da Porto Seguro Capital, porém, vem de uma concorrente europeia. Em 1996, o fundador da francesa Axa, Claude Bébéar, desafiou a executiva Dominique Senequier a criar uma divisão de private equity. Mas, ao invés de aportar todo o dinheiro para ela sair às compras, ele lançou mais um desafio: para cada dois euros que ela conseguisse captar, a Axa aportaria um euro no fundo. Dez investidores toparam o risco e, com aproximadamente € 130 milhões, o private equity da Axa teve início. O primeiro investimento, porém, demorou quase dois anos para se concretizar. A empresa de serviços de tecnologia da informação GSI Banque, com faturamento de € 12 milhões e 80 funcionários, foi a escolhida. Sete anos depois, a Axa se desfez de sua participação numa empresa com 800 pessoas e receita de € 100 milhões. Em pouco mais de uma década, aquela pequena unidade se transformou numa potência e precisou virar uma empresa independente, a Ardian, que hoje tem € 55 bilhões sob gestão e 130 empresas no portfólio.
Para alcançar o mesmo resultado, a Porto Seguro faz sua aposta nos gestores Frederico Mesnik e Anibal Messa, que têm uma participação conjunta de 40% na sociedade. Eles, ao lado de Marcelo Picanço, diretor financeiro da Porto Seguro...
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