Pré-Misturado a Frio - O injustiçado PARTE I

Pré-Misturado a Frio - O injustiçado PARTE I

Desde o início de seu uso, as misturas asfálticas têm sido produzidas em temperaturas relativamente altas (em torno de 175ºC), de modo a permitir o adequado recobrimento dos agregados pelo ligante.

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Este fator é comprovadamente responsável pelo envelhecimento em curto prazo de misturas asfálticas, causando enrijecimento do ligante e tornando as misturas susceptíveis a trincas por fadiga, além de elevar o consumo de energia das usinas de asfalto e comprometer a saúde e a segurança dos trabalhadores (SOARES, 2006).

As misturas asfálticas do tipo Pré-Misturados a Frio foram desenvolvidas a partir da década de 50 nos Estados Unidos. No Brasil começaram a serem utilizados na metade da década de 60 já em escala industrial, inicialmente nas camadas de regularização de bases e posteriormente na confecção de revestimentos com graduação aberta.

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A preparação de misturas asfálticas a frio não é tão sofisticada quanto a das misturas a quente, basta um bom misturador. Entretanto, esse tipo de pavimentação não é de menor importância, já que uma grande porcentagem das rodovias pavimentadas nos Estados Unidos tem bases de misturas asfáltica a frio e até revestimentos desse tipo (MANUAL DE ASFALTO – 2002).

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As misturas a frio eram geradas com a utilização de Emulsões Asfálticas Aniônicas criadas pelo Químico Emile Feigel em 1905. Mas em 1951 na França, a ESSO colocou a disposição do mercado as Emulsões Catiônicas que até hoje são utilizadas.

A última revisão da Especificação de Serviço para Pré-Misturados a Frio com Emulsões Asfálticas Catiônicas é datada de 06 de Novembro de 1997 (DNER ES-317/97) que substituiu a especificação de 1980 do mesmo órgão.

O pré-misturado a frio – PMF é uma técnica que pode ser utilizada na execução de camada intermediária de regularização e reforço da estrutura do pavimento, também conhecida como “binder”, revestimento asfálticos e de serviços rotineiros de conserva do tipo remendos e operação tapa-buracos.

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As emulsões de ruptura média (RM) são responsáveis pela produção das misturas de PMF do tipo abertas que, de acordo com as normas brasileiras, tem como maior agregado a brita de 1” ou 3/4”, ou seja agregado graúdo com diâmetro máximo de 25,4 ou 19 mm, respectivamente.

Como revestimento asfáltico o PMF apresenta a vantagem de elevada rugosidade, o que permite uma qualidade superior de aderência pneu/pavimento, aumentando a segurança à derrapagem.

Caso o projetista tenha interesse numa superfície de rolamento ou desgaste mais densa, uma excelente solução é aplicar uma camada de microrrevestimento asfáltico a frio sobre a camada estrutural de Pré-Misturado a Frio aberto.

Como camada intermediária ou de transição, pode servir de ligação, compatibilizando o módulo resiliente ou a resistência estrutural da camada de rolamento em concreto betuminoso usinado a quente com a camada granular subjacente de menor módulo de resiliência.

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As misturas asfálticas do tipo Pré-Misturados a Frio obtiveram um ganho a partir do advento das Emulsões Asfálticas Catiônicas que se mostraram mais estáveis ao armazenamento e usinagem em comparação com as Emulsões Aniônicas.

O segmento rodoviário brasileiro utilizou-se em muito dessa técnica nas décadas de 60 e 70. Já nos anos 80 os Pré-Misturados a Frio ganharam uma graduação mais densa para combater a ação da água e gerar revestimentos mais delgados com espessuras de até 5,0 cm sem a necessidade de executar camadas selantes.

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Já no âmbito municipal, devido as suas facilidades de manuseio, fabricação e armazenamento, bem como a estrutura de produção da mistura bem menos dispendiosa aos municípios, os Pré-Misturados a Frio obtiveram uma sobrevida e tem-se mostrado, sempre que os controles tecnológicos são observados, com desempenhos interessantes e de boa durabilidade.

Devido à facilidade de produção, estocagem, transporte, aplicação e manuseio no campo, os Pré-Misturados a Frio são uma excelente solução para vias de tráfego médio e leve. O PMF aberto pode ser armazenado por períodos maiores que o PMF denso, (em geral, até 30 dias, desde que devidamente estocado em pilhas e protegido com lonas impermeáveis).

Os PMFs com emulsões de ruptura lenta RL-1C propiciam misturas asfálticas de granulometria densa e semi-densa, podendo até atender as características do concreto asfáltico usinado a quente.

Devido ao baixo índice de vazios, este revestimento asfáltico apresenta excelente comportamento estrutural e funcional para vias de médio volume de tráfego, conferindo bom desempenho tanto do ponto de vista mecânico como de acabamento da superfície, proporcionando excelente conforto ao trafego.

O PMF denso pode ser estocado até sete dias. Em caso de chuva, a execução da camada só poderá ser iniciada após a completa secagem da base (ABEDA 2010).


O DAER-RS usina e utiliza o PMF na manutenção e revestimento principalmente nas rodovias do litoral com razoável sucesso.

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