Preço dos imóveis em São Paulo deve continuar caindo em 2016 Com estoques altos e necessidade de caixa, a oferta de descontos tende a permanecer
O preço dos imóveis residenciais em bairros próximos à região central da cidade de São Paulo deve aprofundar a trajetória de desvalorização, de acordo com estimativa do economista Eduardo Zylberstajn, coordenador do Índice FipeZap. Segundo sua avaliação, o preço das moradias deve ter alta nominal de apenas 1,0% no acumulado de 2015 e queda nominal de 5,0% no acumulado do primeiro semestre de 2016.
"A queda de preços dos imóveis parece inevitável para os próximos meses e para o ano que vem", afirmou Zylberstajn em debate na última quinta-feira (24) na 15ª conferência da Sociedade Latinoamericana de Mercado Imobiliário (Lares, na sigla em inglês).
A queda prevista, porém, terá diferentes magnitudes, dependendo dos segmentos do mercado. Em alguns bairros de São Paulo, por exemplo, os preços já estão caindo, como nas adjacências do Ibirapuera (zona sul) até o Jaguaré (zona oeste), segundo Zylberstajn.
O diretor presidente da Brookfield São Paulo, Alessandro Vedrossi, afirma que há empresas no mercado hoje vendendo acima do chamado fair value (preço justo). Dessa maneira, a redução de preços, na prática, é menor do que o divulgado na publicidade. "Os descontos reais hoje ficam em torno de 10% e 15%". De acordo com Vedrossi, esse valor se justifica pela ansiedade das empresas, gerada pela gama de estoques e pressão de liquidez. "Se houver capacidade financeira para aguentar, é bom esperar porque o preço irá retomar".
Além da oferta de descontos, outra estratégia dos incorporadores é migrar para regiões onde os estoques estão menores e os custos de produção (essencialmente dos terrenos) são mais baixos. Em São Paulo, isso representa a concentração de lançamentos na direção da região metropolitana.
Segundo estudos do coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), João da Rocha Lima Jr., o desvio entre os preços ofertados e a capacidade de compra reflete no comportamento dos focos de adensamento na cidade e desenvolvimento urbano. Hoje, os principais eixos de crescimento são o nordeste, na direção de Guarulhos; sudeste, na direção do ABCD; e sentido oeste, na direção de Osasco.
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