Precisamos falar sobre 2035

Precisamos falar sobre 2035

Parece cedo para falarmos sobre 2035, mas definitivamente não é. Em tempos economicamente difíceis como os que estamos vivendo, pode ser bem desafiador deixar de olhar para o cotidiano e visualizar o horizonte. Mas acredite, é no horizonte que as tempestades se formam e se dissipam. Os marinheiros, por exemplo, sabem que a arte de navegar envolve não afundar o navio no presente e se preparar bem para navegar nas condições que serão enfrentadas em breve. É nesta sabedoria sobre o tempo presente e a preparação para o futuro que precisamos nos apoiar.

 

Do ponto de vista da economia mundial estamos em 2023 assistindo ao fim de um modelo econômico e iniciando outro, que deve prevalecer em 2035. A chamada economia do carbono, baseada em consumo de petróleo, carvão, plásticos e toda uma série de produtos que ganharam escala mundial, muito mais pela capilaridade do que pela sustentabilidade, está nitidamente com os dias contados. O principal motivo é um desejo mundial por comprar produtos e serviços mais sustentáveis, que sejam produzidos por empresas que abracem causas que lhe são importantes e reforcem a responsabilidade com um planeta que sofre com problemas sociais e ambientais.


Todos os países e regiões do mundo sabem que possuem potenciais econômicos inexplorados ainda. Da Amazônia ao Japão, inovação, tecnologia e sustentabilidade se unem em uma corrente que visa criar novas matrizes de desenvolvimento antes impensáveis. Embora diversos tipos de produtos percorram centenas de quilômetros para chegar ao consumidor final, muitos deles não são sustentáveis, mesmo que tenham forte apelo de vendas. Por isso, é importante considerar o consumo de produtos fabricados localmente, que não apenas apoiam a economia local e a geração de empregos, mas também têm uma pegada de transporte muito menor do que seus concorrentes estrangeiros.

 

A corrida mundial pelo desenvolvimento de novas tecnologias tem gerado imensas oportunidades, e Mato Grosso pode se destacar cada vez mais neste cenário com a produção de alimentos, energia, fibras para o vestuário, minérios e biodefensivos agrícolas. A lista de oportunidades é imensa.

E o Governo do Estado, sabendo disso, fez um movimento arrojado: se comprometeu, em 2021, na Conferência das Nações Unidas sobre o clima (a COP26) perante a comunidade internacional a ser um território neutro em emissão de carbono até 2035. Isso significa que Mato Grosso terá o imenso desafio de continuar seu ritmo de crescimento a taxas vigorosas, mas cada vez mais consumindo menos recursos não renováveis.


O estado ainda precisa melhorar sua pegada de carbono em todos os segmentos econômicos: das compras governamentais ao consumo das famílias, da produção nos campos aos mais avançados empreendimentos industriais, do indivíduo mais rico ao que tem menos disponibilidade financeira, ou seja, todos precisam ter suas agendas para os próximos doze anos muito bem planejadas e estabelecidas se quisermos, como sociedade, cumprir este compromisso feito em nosso nome.

 

Navegar olhando para o horizonte e desviando das pedras no caminho. Este plano de navegação requer uma ação coordenada entre governo, cidadãos, empresas, instituições de ensino e toda a sociedade organizada em direção a objetivos claros e comuns a todos.


É hora de criarmos o que tenho chamado de Agenda 2035, com claras prioridades e planos de ação para que possamos medir com que velocidade estamos navegando e também para que ao longo do caminho possamos corrigir a rota sempre que necessário.

 

Podemos viver melhor e ensinar ao mundo o que vamos fazer. Podemos ter mais saúde, melhor educação, uma logística padrão mundial e uma enxurrada de investimentos que reduzirão muito nossa crescente desigualdade econômica e social.

Quem sabe não seremos uma espécie de modelo de sociedade a ser perseguida pelos demais habitantes do planeta? Ou até uma referência mundial de prosperidade na nova ordem mundial surgirá? Assim como os navegadores portugueses, desbravaríamos o caminho até este novo modelo econômico com um plano de navegação ousado e inédito.

 

Precisamos sim falar sobre 2035 e os compromissos que faremos para caminharmos até lá. Cronologicamente faltam apenas 12 anos e esse período passa rápido. Ainda temos muito o que aprender com os marinheiros.

 _____________________________________

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Olá!

Sou Gustavo de Oliveira, um entusiasta dos temas relacionados a economia, negócios e inovação.

Atuo como comentarista de cenários econômicos na rádio CBN Cuiabá (afiliada à CBN Nacional) e escrevo artigos de opinião para sites e jornais de Mato Grosso. Também faço palestras com o objetivo de compartilhar conhecimentos e trocar experiências com aqueles que também desejam aprofundar-se em tendências econômicas e no futuro do trabalho.

Tenho mais de 25 anos de experiência como empresário no setor de mineração em Mato Grosso e na liderança em instituições públicas e do terceiro setor, com foco na indústria, que me permitiram aprimorar minhas habilidades de comunicação, negociação e relacionamento interpessoal.

Faço parte da diretoria da CNI - Confederação Nacional da Indústria e sou conselheiro em duas empresas privadas. Tenho disponibilidade para compor Conselhos Consultivos ou de Administração Empresarial.

Nesta newsletter semanal quero trocar ideias sobre economia, inovação, tecnologia e futuro do trabalho.

Se você, assim como eu, é apaixonado (a) por aprender e compartilhar informações, vamos conversar e trocar ideias!

Seja bem-vindo (a)! 

 

 

 




 

Rodrigo Alexandre Azevedo Araujo - (Messiânico)

Analista Administrativo no Governo do Estado de Mato Grosso

1 a

Vejo o Brasil como 4ª maior potencia econômica mundial e Mato Grosso como a 1ª potência enconômica no Brasil. Fico feliz em esatr contribuindo para esse objetivo e grato a você por também contribuir como vem magestosamente contribuindo. Empresários como você, são a força motriz do mundo.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Gustavo de Oliveira

  • Caminhos para o futuro

    Caminhos para o futuro

    Nos últimos anos, especialmente após a pandemia, nossas prioridades como sociedade mudaram. Para mim, todo final de ano…

    2 comentários
  • Esperança, promessas e sonhos

    Esperança, promessas e sonhos

    O final de ano é um momento singular, carregado de simbolismos e emoções que nos convidam à reflexão. É como se, diante…

    1 comentário
  • Conectados e exaustos

    Conectados e exaustos

    Há apenas algumas décadas, o mundo funcionava de forma completamente diferente. Antes dos smartphones e da internet, a…

    5 comentários
  • Não temos um plano

    Não temos um plano

    Na última semana, o Brasil testemunhou mais um capítulo preocupante na gestão das finanças públicas. Após o fracasso do…

    5 comentários
  • A tecnologia está em tudo

    A tecnologia está em tudo

    Vivemos em uma era onde a tecnologia transcende barreiras e se insere em todos os aspectos da vida cotidiana…

  • Hora de (re) começar

    Hora de (re) começar

    Por diversas razões, acompanho com muita atenção o cenário político e econômico brasileiro e mundial. Embora não seja…

    1 comentário
  • Mato Grosso, EUA e China

    Mato Grosso, EUA e China

    Com o resultado das eleições presidenciais americanas, Mato Grosso, um dos principais estados produtores e exportadores…

    6 comentários
  • A reinvenção do Agro

    A reinvenção do Agro

    O agronegócio brasileiro, reconhecido mundialmente por sua produtividade e escala, encontra-se em um ponto de inflexão.…

    3 comentários
  • O destino dos visionários

    O destino dos visionários

    Era março de 2005 quando tive uma das viagens mais peculiares da minha vida. No voo entre São Francisco e Houston…

    2 comentários
  • Consumo de notícia com moderação

    Consumo de notícia com moderação

    Já notou como hoje em dia, mesmo que você não queira, é bombardeado por informações e ideias que, sem pedir licença…

    2 comentários

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos