Precisamos falar sobre moderação
Lá nos primeiros meses da pandemia, começamos a ouvir um burburinho de que as pessoas estavam bebendo mais. A premissa era de que, com mais tempo em casa e sem muitas opções de lazer, as pessoas estariam consumindo mais álcool. Mas essa história nos intrigava, pois vimos nesse mesmo período as vendas de bebidas alcoólicas caírem muito. Enfim, a conta parecia não fechar. Para entender melhor o que estava acontecendo, contratamos uma pesquisa sobre o hábito de consumo de álcool dos brasileiros durante a quarentena. O estudo mostrou que os casos de embriaguez caíram durante o isolamento social no Brasil.
Ou seja, aquele consumo excessivo de álcool em um curto período, conhecido como BINGE, estava sendo substituído por um consumo mais espaçado ao longo da semana. Em outras palavras: no lugar de beber muitas doses em uma única tarde, as pessoas estavam diluindo o consumo de bebidas em três ou quatro dias, para exemplificar. E esse novo hábito é muito mais saudável.
Há anos fala-se sobre o consumo responsável de bebidas alcoólicas. Aqui na Ambev já falamos muito sobre o consumo só para maiores de idade e alertamos sobre a importância de não beber e dirigir. Desde o início da nossa trajetória, lutamos para reforçar a consciência dos efeitos nocivos de bebidas alcoólicas quando usadas de forma indevida, assim como fazemos questão de deixar claro que não nos interessa o lucro proveniente do consumo indevido de nossos produtos. Mas com esse novo cenário, chegou a hora de falarmos ainda mais sobre moderação. E entendemos, conversando com os consumidores, que, mais do que alertar, é preciso ajudar os brasileiros a encontrar a moderação.
No geral, as pessoas têm dificuldade de entender se estão consumindo de forma moderada ou não. “Só mais uma”. Mas o que significa isso na prática? Consumir com moderação inclui contar a quantidade de doses e a forma de ingestão – se acompanhada com alimentos e água, por exemplo. Por isso, de acordo com pesquisadores do mundo todo, o melhor caminho é que o consumidor tenha ferramentas para analisar e reconhecer o que é moderação para si próprio. Porque a moderação muda de pessoa para pessoa e de contexto para contexto.
E, justamente para ajudar os brasileiros a consumirem de forma moderada, lançamos hoje uma Plataforma de Moderação online, que oferece ferramentas para que as pessoas compreendam sua relação com as bebidas alcoólicas a partir de cinco comportamentos: autoconhecimento, planejamento de consumo, contagem de doses, hidratação e diversificação do consumo. A partir dessas alavancas, esperamos que os brasileiros tenham mais consciência e moderação, continuando essa tendência que começou no período de quarentena.
Nosso objetivo com a plataforma é ajudar 2,5 milhões de brasileiros a reduzirem o consumo nocivo de álcool até 2022. Queremos ajudar a mostrar a todos os brasileiros que moderação é importante para tudo na vida, especialmente quando falamos de bebida alcoólica. Por isso, mais do que falar “beba com moderação”, precisamos ajudar a encontrar a moderação.
Sócia diretora da ALL+ | Gestão estratégica de reputação, imagem e crise | Comunicação corporativa | Mestre em Administração pela PUC Minas-FDC
4 aPor isso é que, em Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, André Comte-Sponville fala da temperança como "...a liberdade da imperiosidade de nossos próprios desejos, é a capacidade de ser seu próprio mestre. A temperança é um meio de independência e autonomia, é um meio para a felicidade." Autonomia é tudo na vida!
Diretor Geral do Bar do Adão | Conselheiro na Abrasel
4 aBacana demais esse artigo, Carla. Muito necessário mesmo falarmos sobre moderação neste contexto. Vejo que tem sido um movimento comum a algumas empresas da indústria de bebidas, felizmente. Obrigado por esse post!
Risk Consultant @ KPMG
4 aExcelente iniciativa, nunca foi bem explicado o que é beber com moderação no Brasil o que traz muita confusão no que é consumir com responsabilidade.
Excellence Global Manager - Supply Transformation | @ABInbev
4 aAdorei, Carla Crippa. Artigo necessário! Compartilhei com minha família e amigos o aprendizado de contar as doses e até então ninguém sabia calcular o que seria considerado um "limite mais saudável". Tanto para cuidar de si mesmo, como de quem está próximo. Acredito que assim como para quase tudo, a educação é a ferramenta mais poderosa que temos pra transformar comportamentos na sociedade. Falando mais do assunto, damos passos largos nessa direção. Também gostei da análise com fatos e dados sobre o que realmente aconteceu na quarentena com o consumidor. Muito bom!