Preconceito esconde medo.
Essa semana que passou falei sobre diversidade com o Gabriel Besnos. Fazia tempo que eu queria trazer esse tema para mais perto por diversos motivos, mas principalmente porque dentro dos tantos projetos que conduzimos que envolvem mudança a gente senta frente a frente com o preconceito muitas vezes. O preconceito que vira uma barreira para que um grupo de pessoas consiga se unir para transformar uma empresa e olhar para o futuro.
Preconceito que esconde medo. E se eu me aproximar e concluir que faz sentido um mundo diferente do que eu sempre achei certo? E se eu realmente tiver que rever as minhas crenças e convicções? Preconceito é estabelecer antecipadamente conclusões sem dar a chance de conhecer o que nos é diferente. Sou jovem, mulher, empreendedora e entro em negócios para modificar a forma com que empresas tradicionais funcionam. Não raro, quem tem medo da mudança se quer dirige o olhar para mim na primeira reunião, embora eu esteja a frente conduzindo ela. Eu costumo tomar isso como um desafio, principalmente depois que entendi que essa é uma reação explícita de medo do novo. A insegurança é talvez uma das coisas mais fáceis de perceber em alguém. Ela vem vestida de rigidez, soberba, de "eu faço isso há tantos anos" e tantas coisas mais. Lido com situações de extrema prepotência.Teve um tempo que me incomodava, hoje confesso que me dá ate uma certa pena. Mudar não é tão difícil quanto resistir a mudança. Meu desafio é aproximar essa distância, fazer a pessoa chegar mais perto e perceber que o futuro mora no diverso. Quando eu sento na mesa com o preconceito tomo pra mim o dever de educar. De me deixar em segundo plano e fazer a pessoa perceber que tem mais coisas ali, além de uma guria, empreendedora, que também não tem resposta para tudo. Eu não sou de textão, sou de ação, sou de falar ali na hora que a coisa acontece, mas hoje resolvi escrever. Penso que quem sente que as coisas precisam ser diferentes tem o dever de carregar essa missão. Sempre que fico frente a frente com a ignorância acende em mim o desafio imediato de fazer com que aquela pessoa entenda que existem coisas que não tem mais espaço. Eu, 37 anos, mulher, posso olhar para um homens 60, com 30 anos de mercado, e também achar que o que ele sabe já não serve para muita coisa. Não é isso que faço, ele tem uma experiência que eu não tenho. Eu tenho um conhecimento que ele precisa. É desse diverso que sai a inovação. A gente não precisa concordar, nem deve, mas se abrir para o que pré-julgamos para romper o primeiro olhar é fundamental. Aí sim, temos um grupo de trabalho em sua máxima potência. É um trabalho árduo, mas tem um instante em que durante o processo percebemos que estamos no caminho. Aí valeu o esforço todo. Isso que separa quem vai conseguir mudar algo no mundo ou não. Estando abertos nos damos a chance de tentar ver as coisas de forma diferente. E perceber que isso é incrível.