Preservar a biodiversidade é proteger a humanidade
Nós somos a primeira geração que tem à sua disposição todo o conhecimento imprescindível sobre o valor da natureza e o quanto as nossas ações podem causar impacto ao meio ambiente. E podemos ser a última com chances de reverter isso. A participação e consciência de cada pessoa é fundamental na construção de um meio ambiente mais resiliente. No momento em que o isolamento social é necessário para que a normalidade possa se reestabelecer o quanto antes e ajudar a reduzir a contaminação, a natureza correspondeu com mensagens diretas através de sua biodiversidade. O tema sobre a união de todos os esforços por um mundo preservado e mais biodiverso tende a aumentar nas discussões mundiais, visto que a próxima Conferência das Partes (COP 15) da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), prevista para ser realizada na China em 2021, tem como objetivo estabelecer novas metas globais para a conservação da biodiversidade.
Hoje, estima-se que um milhão de espécies está ameaçada de extinção e as taxas de extinção estão se acelerando à medida que a destruição da natureza aumenta com o desmatamento da Amazônia. A natureza precisa ser protegida e integrada em todos os aspectos da vida e por isso que a defesa da biodiversidade assume papéis fundamentais para que ecossistemas degradados se recuperem, além de ser um fator importante para impedir que novos vírus, como a da covid-19, se espalhem. Quanto mais biodiverso é um ecossistema, mais difícil torna-se para um patógeno se espalhar rapidamente. As transformações atuais e futuras das nossas florestas dependem do individual e coletivo.
O Brasil é dono da maior floresta tropical do mundo e um dos principais líderes da agricultura global. No Recife, considerada uma das dez cidades mais arborizadas do país, o prefeito Geraldo Julio, que também é presidente do Comitê Executivo Regional do ICLEI - Governos pela Sustentabilidade para a América do Sul e futuro vice-presidente regional dos Prefeitos para o Clima do CC35 - Ciudades Capitales Frente al Cambio Climatico de Las Américas, tem incentivado o compromisso com estratégias locais de desenvolvimento sustentável. Na capital, o Plano de Arborização Urbana segue técnicas e protocolos sobre as espécies mais adaptadas ao clima da região.
No Jardim Botânico, estudos estão alinhados às buscas de preservação de espécies ameaçadas em extinção, além das coleções científicas que estão à disposição da população. Para contribuir com a diversidade genética e a biodiversidade da região, Recife passará a integrar uma rede de intercâmbio de espécies em extinção, feita pelas capitais brasileiras, com apoio dos Jardins Botânicos de cada cidade, da academia e dos especialistas dessa área. A conservação da flora brasileira e o seu uso sustentável, mais do que nunca, precisa assumir um papel de protagonismo nas soluções urbanas.