Primaveras da carreira
Imagem de Jill Wellington por Pixabay

Primaveras da carreira

Encontrei uma frase provocativa!

Estava estudando um pouco sobre o desenvolvimento de carreira e revisando alguns recursos que já conheço em busca de novidades ou apenas de refresco criativo – afinal, olhar com atenção para aquilo que já se conhece costuma demonstrar que não o conhecemos por completo (já dizia Sócrates). Então, me vi diante da leitura sobre inovação que começou com uma frase certeira “inovação e disrupção agem sem pedir licença” (Innovation and disruption act without permission). Com isso eu já segui a leitura com um misto de empolgação e medo do que iria encontrar.

E durante a reflexão uma pergunta disparadora muito importante instaurou vários pensamentos:

“Como posso criar o valor solicitado e como posso tornar isso sustentável para mim?”

Esse questionamento fez muito sentido para mim, e acredito que é chave de reflexão para o posicionamento de carreira, ou ainda, o cuidado da carreira profissional. Eu vejo a carreira profissional como uma planta, viva, e que requer cuidados específicos, lugares, posições e respeito a suas estações. Neste mês de setembro, enquanto caminhamos em direção à primavera, as plantas se preparam para florir, é válido refletir sobre a carreira como uma planta que se prepara para florescer.

Assim como cada estação do ano tem uma função para a natureza, e pode ter a mesma função para as nossas vidas, não é diferente para a carreira profissional. Ela é viva, e talvez não exista um auge, um topo, senão muitas primaveras, outros tantos verões, momentos de florescer, aquecer e brilhas, sem desconsiderar o importante papel do outono e do inverno para a preparação, amadurecimento, e, às vezes, para um recolhimento. Pensar desta forma permite revisar as pressões constantes pelas quais todos nós, profissionais em exercício, passamos.

Contantes mudanças, inovações e necessidade de “correr atrás”. Estar sempre atualizado, na “crista da onda”. Por mais que se possa ser um profissional sênior, com uma sólida trajetória e altamente capaz de fazer aquilo que faz, em alguns momentos parecer surgir alguns descompassos. De um lado estão as “exigências” ou os desejos daquele que chancela a atividade realizada, e de outro a produção qualitativa daquele que busca entregar valor. Entre os dois a realidade da estação profissional.

É primavera? É verão? Outono ou inverno? Esse é o seu jardim? Sua terra está bem nutrida?

Eu vejo claramente a necessidade do equilíbrio, que para acontecer também depende de autoconhecimento e reconhecimento do seu momento e do contexto como um todo. É uma relação que precisa ser simbiótica. Quando o reconhecimento não se faz presente, não importa o esforço, será que é o profissional que está errado? Será que é ele que deve aumentar o tempo, o recurso e a pressão? Isso pode ser sinal de se estar no lugar errado, ou na fase desencontrada.

Por outro lado, estar em pleno florescimento, em um dos picos de carreira, se sentindo valorizado e efetivamente contribuindo para sua realidade, repleto de ideias e ambições não pode significar um cenário perene. Tudo na vida é efêmero. Quem é esse que está a plenos pulmões gerando seu resultado e feliz com seus passos? Se no momento seguinte o cenário for outro, a estação mudar, quais as bagagens da estação atual serão levadas consigo para o novo período? Isso significa, também, que ficar parado não é uma opção.

Contudo, como a relação é sempre coletiva, envolvendo outros atores e uma teia de relações descendentes, é preciso buscar o equilíbrio provocado pela pergunta deixada no início da reflexão. É preciso identificar e compreender o valor esperado para poder produzir o seu resultado de acordo com seus critérios. E, por outro lado, é preciso conhecer a si mesmo para identificar seus limites e ambientes. O desejo é poder equilibrar a geração de valor solicitado com a sustentabilidade pessoal e profissional naquilo que faz: remuneração, reconhecimento, inovação, relacionamento, prospecção, saúde mental, saúde física, afeto... são diversos critérios para avaliar esta sustentabilidade. E, o juiz é o próprio autor do caminho.

Planto. Colho. Rego. Transformo. Sou novo. Floresço!
Andressa Henneberg

Coordenadora Pedagógica na Colégio Positivo

1 a

Perfeito!

Elaine Emi Ito

Diretora Acadêmica da Faculdade e Coordenadora de Ensino do Hospital Alemão Oswaldo Cruz - Diretora Acadêmica da Faculdade

1 a

Everton Renaud excelente reflexão 🌸

Eder Cruz Oliveira

Sócio e Assessor de Investimentos

1 a

Boa tarde Professor Everton, excelente artigo

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