Problema Fiscal do Brasil (comentário sobre a carta da Verde)
Na última carta do Fundo Verde eles detalham a questão fiscal atual do Brasil. (vale a pena a leitura).
Para quem não sabe, o Brasil era um dos países emergentes com a maior dívida (dívida sobre PIB) e que deu um dos maiores auxílios na crise do Covid.
Eles ainda mostram que as famílias que receberam o auxílio emergencial estão (em média) com a renda mensal efetiva maior do que a renda habitual.
A grande crítica do relatório é que um plano emergencial não deveria ser usado para aumentar a renda e sim para recompor.
O relatório é um claro sinal para o governo de que o mercado não tolera gastos “desnecessários” e muito menos o desrespeito do teto dos gastos.
O Brasil é um pouco diferente da Argentina nessa questão fiscal porque toda vez que a gente flerta com o abismo, os políticos de organizam e a situação costuma ser “resolvida/aliviada”.
No final de semana o Rodrigo Maia twittou defendendo o respeito ao teto dos gastos, hoje o Guedes também defendeu publicamente (olha o que acontece com os mercados).
A grande questão é que não tem uma saída fácil para a questão fiscal, porque o mundo inteiro está ficando mais “populista” e é muito difícil acreditar que o Brasil vai conseguir andar muito tempo na contramão.
Se o teto dos gastos for respeitado tem um bom espaço para cair juro longo (alta de NTNB, alta de FII, alta de bolsa e um pouco de queda para dólar).
Se o teto os gastos não for respeitado o movimento oposto pode ser forte e a situação econômica do país deve se deteriorar nos próximos anos (pela queda do investimento).
Alocações simplistas vão bem na "melhora" do mercado e performam de forma igualmente negativa na "piora" do mercado.
Quem investe a longo prazo deveria escolher alocações (critério para dar peso a classes de ativos) que performam bem no ataque (melhora), mas que defendem ou perdem menos na "piora".
Essa assimetria entre ganho e perda também deveria ser perseguida na alocação.