Um pouco sobre a recente queda do Dólar
Um pouco sobre a recente queda do dólar...
Para contextualizar, a maior parte do mercado concordava que o dólar estava entre 20% e 25% acima do preço sugerido pelo modelo que precifica câmbio e grande parte desse “prêmio” se deve ao risco fiscal do país.
Obs: Isso não significa que o dólar não poderia ter subido mais (e esse prêmio aumentado).
Com a clareza do fim das eleições o Dólar começou cair frente outras moedas fortes e esse movimento contribuiu para que no relativo o real (e outros emergentes) também apreciassem.
Na sexta-feira em especial, tiveram 2 eventos internos (+ 1 consequência) que potencializaram a queda do dólar.
1º diretor de politica monetária “deixou escapar” que o BC poderia intervir mais forte para neutralizar a pressão compradora que deve ter até o fim do ano para zerar o overhedge dos bancos (compra esperada de cerca de 15,5bi$).
2º A fala do Ministro da fazenda deixou nas entrelinhas que o câmbio poderá ser usado para ajudar controlar a alta recente da inflação.
3º o próprio movimento de queda faz com que players que estão usando o dólar para compor carteira (ajudar carregar bolsa), reduzam essas posições contribuindo para mais queda.
Esses 3 fatores, aliados a um contexto de queda do dólar no mundo, catalizaram uma queda expressiva no dólar e que continua hoje com o anúncio da vacina pela Pfzer.
Tem só um ponto de observação aqui: O grande problema dos preços dos ativos no Brasil é o risco fiscal e que não foi endereçado.
A posição técnica do mercado de dólar ainda é ruim (o grupo de estrangeiro ainda está com compras elevadas em dólar futuro cerca de 83 mil contratos comprados).
Se sair qualquer medida fiscal favorável, o desmonte de compra de estrangeiro pode fazer o câmbio ceder ainda mais, porém, se nada sair do ponto de vista fiscal, o dólar vai ficar mais uns dias andando puramente ao sabor do DXY (movimento global) e voltar a ter comprador para compor portfolio local.