Profissão Mãe: a profissão invisível
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Profissão Mãe: a profissão invisível

Ser mãe é profissão, isso é inegável, com pouquíssimos direitos, muitos deveres, imensa dedicação e muito suor - e claro, com uma dose extra de amor!

Equilibrar os pratos da carreira, educação dos filhos, emergências da casa e o dia a dia continuam como pano de fundo em uma sociedade imediatista com foco em resultados instantâneos que ao mesmo tempo segue em busca de equidade entre homens e mulheres.

Fato é, que como mulheres estamos constantemente diante de situações onde “a conta não fecha” - seja financeiramente ou a conta dos minutos do dia. Mas você já parou para refletir como isso se deu?

Com o advento do casamento, a mulher foi colocada em um papel de "cuidado” e o trabalho invisível - leia-se por doméstico (seja ele de gestão ou não), não para de crescer de forma desproporcional.

Com a vinda dos filhos, a lista de "cuidados" só cresce. Agora é hora de educar os filhos, proporcionar o bom andamento da casa, não negligenciar o marido e ainda por cima olhar atentamente para a sua carreira e claro, tudo isso em plena forma física.

Por aqui seguimos sem nenhuma novidade para quem vive o dia-a-dia da profissão mãe, profissão mulher e muitas vezes mulher maravilha com horas extras nunca remuneradas.

na foto: silhueta de homem e mulher afastados olhando para o horizonte

Mas e quando nem tudo dá tão certo quanto imaginamos e o casamento acaba?

Somos frutos de uma sociedade que romantiza o casamento e todo esforço que é feito para seguirmos com as nossas famílias impecáveis. Porém, nesse prisma do romantismo, não protegemos os patrimônios, não combinamos os pormenores da relação - e aqui estamos falando desde os trabalhos domésticos mais simples e até mesmo o compartilhamento da educação dos filhos - o tempo passa no relógio para todos!

Em falar em "tempo", não podemos esquecer que para manter em ordem os trabalhos domésticos gasta-se muito desta moeda valiosa - que não volta - por isso, a importância de se definir as responsabilidades do casal.

Na foto: foto recortada dividindo casal ao meio

Infelizmente, a "ficha cai" quando presencio diariamente clientes totalmente desamparadas com suas contas que "não fecham", com o advento do divórcio.

Quando essas mulheres estão diante do regime parcial de bens, recebem sua parte, mas por vezes não conseguem sequer manter os bens, seja porque não possuem renda (afinal, se dedicaram exclusivamente a vida familiar) ou a renda não cobre todas as despesas, afinal, tiveram que se dividir entre as obrigações maternas, as domésticas e suas carreiras.

É nesta altura do campeonato que seus padrões de vida caem - para valer! Afinal, o homem só está obrigado a arcar 30% do seu salário e muitas vezes NADA do seu tempo. Inclusive, importante trazer para vocês, que essa porcentagem não se trata de lei, trata-se de jurisprudência composta por uma maioria de homens, que não sabem o que é correr para buscar o filho no colégio, que não sabem como coração dói e o peito aperta quando precisamos atender uma reunião enquanto filho arde em febre em casa.

Aqui você pode me perguntar: "Hellen, mas a mãe pode pedir pensão, não pode?" E eu te respondo: poder pode, mas os juízes insistem em dizer que elas podem trabalhar! E é claro que elas podem trabalhar!

Na Foto: Mulher trabalhando com bebe no colo

Mas quem se recoloca instantaneamente no mercado depois de tanto tempo se dedicando a família? E aquelas mulheres que nunca "trabalharam fora"?

Pois é, sem contar as esposas que se dedicaram às suas famílias e a carreira dos seus maridos, mudando de cidade a cada novo emprego às vezes até mesmo de país. E agora como ficam suas vidas? Quem arcará com o seu padrão de vida daqui pra frente? 

Por isso, precisamos nos atentar aos regimes de bens quando do casamento, alinhar essa nova rotina, as prioridades, a divisão de tarefas e irmos para a batalha olhando para as nossas carreiras de frente, sem perder nem uma só gota de amor pelos nossos pequenos, sabendo que assim, a partir de uma divisão justa entre tarefas e tempo, seja possível crescer e se proteger de possíveis relacionamentos tóxicos e da violência patrimonial.

E você, como tem equilibrado os pratos?

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Hellen Moreno - Advogada pelas causas Femininas.

Minha vocação é apoiar mulheres a passarem pelo desafio de reconstruírem suas vidas após o divórcio (ou outras questões complexas judiciais no âmbito familiar) podendo usufruir de uma rede de apoio sob medida com a finalidade de ressignificarem suas histórias.

Assim, de forma acolhedora e profissional, luto para que as minhas clientes tenham a oportunidade de saírem empoderadas de situações complexas, as quais muitas vezes se vêem reféns de si mesmas ou do outro.

Para Contato:

LinkedIn: www.linkedin.com/in/hellenmorenoadvogada

Instagram: @hellenmorenoadvogada

Daniel Gustavo Rocha Dias

Sócio Fundador - Advogado especialista em análise e elaboração de contratos, consultivo e regulatório de produtos financeiros, recuperação de créditos e gestão de contencioso bancário.

5 a

Primeiro de muitos!!!! Excelente reflexão!

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