Propósitos
A evolução humana é notória. Evoluímos em tudo. Criamos coisas novas, inovamos, estamos sempre buscando o novo. Um novo produto, uma nova tecnologia, uma nova atualização de software, um filme novo e até um amigo novo, só que este passou a ser virtual. O amigo imaginário da infância de muitas crianças é a realidade da maioria dos adultos. As relações estão mais frias e distantes.
Infelizmente estas constatações são baseadas na realidade, basta olhar para o lado para ver alguém “conectado”. Essa busca desenfreada por “algo” é constante, não para e nada é realmente encontrado. O cerne de tudo isso é a felicidade, o encontro de si próprio. Encontrar a confiança básica na vida e na existência.
No mesmo caminho estão as empresas, que continuam demonstrando menos preocupação com seus colaboradores e mais com os resultados, esquecendo de que estes só acontecem pelas pessoas e atuando com uma cobrança desenfreada por mais, por "dobrar a meta", por conseguir maiores lucros a qualquer custo humano. Os números ainda são mais importantes do que as pessoas.
O fato é que as organizações são constituídas de pessoas, seres vivos multicelulares, com sentimentos, emoções, percepções e atitudes diferentes uns dos outros. O que esse indivíduo sente, pensa e vive pode afetar a empresa toda, inclusive seus resultados.
As novas gerações surgem com a percepção de que este cenário precisa mudar para que exista futuro. Este é o tempo de início da mudança, da preocupação com o todo, com o outro, com o ecossistema. Se as pessoas estão mudando, as empresas precisam mudar para sobreviver e crescer.
Então, qual o propósito humano e sua relação com o mundo corporativo? Como entender a mística e as relações humanas? Do que precisa a gestão para ser realmente estratégica?
Segundo Abraham Harold Maslow o homem é motivado por suas necessidades. Estas necessidades se manifestam em graus de importância, iniciando pelas fisiológicas e finalizando com as necessidades de realização pessoal. Desta forma, cada necessidade humana influencia na motivação e na realização do indivíduo, fazendo com que ele transite para outras necessidades.
No topo da pirâmide está a auto realização, que tem relação direta com a maximização do potencial individual, busca de conhecimento, paz e autossatisfação. É aqui que as pessoas buscam muito mais o sentido de suas ações e relações, pois o desejo de construir e visualizar um futuro se torna combustível para a auto realização, ou seja, para o sentimento de vida plena. Mas como diagnosticar o que precisamos para ter uma vida plena? Em que esfera isso pode ser descoberto?
A auto realização e a plenitude só podem ser entendidas na espiritualidade, traduzida no mundo corporativo como QS – Quoeficiente Espiritual. Esse fenômeno não tem religião, nacionalidade, sexo, classificação econômica ou social. É algo presente em todas as culturas, explicado de formas diferentes, mas congruentes.
Espiritualidade nas empresas nada mais é do que trabalhar com um sentido mais profundo de significado e propósito, refletindo isso na comunidade em que a empresa está inserida e inspirando os colaboradores a serem pessoas melhores e transformadores do mundo em que vivem. Neste contexto, a espiritualidade tem como papel estimular a harmonia e o bem-estar entre as pessoas, além de influenciar na formação do caráter e da ética corporativa.
Para que as empresas possam alcançar grandes metas e crescer, precisam proporcionar a auto realização dos seus colaboradores, ou seja, desenvolver a espiritualidade e propiciar experiências de valor para que as pessoas se sintam mais comprometidas com a organização.
No futuro, a sobrevivência das organizações e o amadurecimento das lideranças permeia o aprendizado com o passado e a mudança estrutural do ego (eu) para o eco (todos), onde o novo centro das atenções é o ser humano e a vida (ecossistema). Em meio a isso, é necessário a atitude de agir como protagonista, a ciência de que cada atitude desencadeia outras e que é de responsabilidade individual o futuro de todos.
Coordenadora Operacional Educacional - Colégio Marista de Brasília Asa Sul
7 aMuito interessante e pertinente seu artigo. Parabéns!