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Estamos presenciando um momento histórico para a humanidade: a pandemia do Covid-19. Assunto presente em diversas publicações, artigos, comentários, jornalismo e redes sociais, que trazem notícias que assustam pela contenção da gravidade ou pelo excesso de pavor colocado ao tema. E neste contexto, cada um tem procurado viver ou sobreviver, a um dia de cada vez, na esperança de sair fortalecido de tudo isso.

Após algumas semanas de quarentena, entra em pauta, de forma mais forte, as questões do mercado de trabalho. Vemos no LinkedIn a recorrência sobre o tema home office. Lemos sugestões de como fazer dar certo, dicas para ter mais foco, e uma série de vídeos, lives, textos e mídias aprofundando o assunto. Tudo muito positivo, motivador e necessário.

Porém, vejo pessoas abatidas, preocupadas e inseguras. Algumas já perderam entes queridos para doença. Algumas perderam seus empregos. Outras tiveram redução de carga horária, concessão e antecipação de férias. Sentimentos negativos que não são advindos apenas de isolamento social, mas de enxergar uma realidade que traz medo. O comum para todas estas pessoas é estarem vendo as empresas encurraladas e colegas desempregados, perdidas e sem entender as estratégias de sobrevivência empresarial. O comum para elas tem sido acordar e perguntar: "será que hoje eu serei demitido?"... mesmo para os que não tem a opção de trabalhar home office e que permanecem tendo contato com outras pessoas, essa dúvida paira as mentes.

Este é o cenário... triste, preocupante, com dor e medo. O fato é que mesmo para os otimistas há sentimentos negativos. E é possível lidar com tudo isso? O que devemos ou não sentir? Sim, já ouvi pessoas que possuem muito seguidores dizendo que devemos fazer isso ou aquilo para superar esta fase, que devemos encarar de outra forma e encontrar oportunidades em meio ao caos. É verdade, devemos ou podemos fazer isso. Mas o fato é que somos humanos, complexos em nossa individualidade, cada um com o seu mapa e uma diretriz única não trará sucesso a todos que a executarem, simplesmente porque somos diferentes e nossos entendimentos de uma mesma orientação também pode divergir. Então, o que nos resta?

Viver sendo o que somos, simplesmente sermos humanos. Isso significa sentir tudo que sentimos, reconhecer esses sentimentos e aí fazer novas escolhas. Escolher pode ser desafiador, pois quem escolhe é responsável pelas consequências de sua escolha. O que posso afirmar é que é possível. Esta semana senti insegurança, me permiti viver o sentimento e entendê-lo. Este é um processo por vezes longo, mas também é a base para escolher não permanecer vivendo a mesma sensação e encontrar, cada um de nós, as suas próprias opções de fazer diferente, de sentir e viver outras coisas que nos tragam felicidade.

O que determina a felicidade? Segundo pesquisadores: 50% é determinado pela biologia, ou seja, a genética de cada um; 40% por atividades intencionais, que representam nossas escolhas; e 10% por circunstâncias externas (Review of General Psychology, 2005).

Considerando que pouco ou quase nada podemos fazer com 50% do que determina nossa felicidade, os outros 50% estão em nossas mãos e destes apenas 1/5 é influenciado pelo que ocorre ao nosso redor.

Talvez isso não mude o sentimento relacionado a dúvida: "será que hoje eu serei demitido?" Então, permita-se sentir, faz parte de quem você é, de sua biologia. Depois use seus 40% para direcionar seus esforços em busca de evitar que isso aconteça, torne-se indispensável, faça coisas diferentes para ter resultados diferentes, reconheça seus sentimentos e perceba o mundo ao seu redor de uma forma muito mais abrangente, busque entender as estratégias de empresas e de outras pessoas, modele o que faz sentido para a sua vida e faça acontecer o que acreditar ser aquilo que te levará além. E se mesmo assim, ocorrer uma demissão, pode ter certeza que as estratégias que passou a adotar te trarão novas opções, porque você se tornou uma pessoa e um profissional melhor. O que te faz ser indispensável?


Karem Karam Q. Garcez

Executiva de Operações | Saúde | Food | Gestão de Contratos | Consultoria | Treinamento e Capacitação | Desenvolvimento de Líderes | Gerente de Operações

4 a

Excelente reflexão!

Victor José Caglioni

Assessor/ Comercial/Pedagógico/Administração

4 a

Nada como habilidade de sentir a si e aos outros , autoconhecimento nunca foi um caminho desconhecido na modernidade, mas tem ficado um pouco restrito as pessoas, e agora que habilidades empáticas estarão novamente em alta, tornam se fundamentais.

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