Proteção elétrica, quem precisa evoluir, o ser humano ou a tecnologia?
Albino Morim - Bertioga

Proteção elétrica, quem precisa evoluir, o ser humano ou a tecnologia?

 Desde quando o homem passou a conhecer e utilizar a energia elétrica, temos notícias de acidentes fatais envolvendo este tipo de energia. Quem não se lembra de ter "levado" um choque, mesmo que no chuveiro de casa?!

 O dano causado por um choque elétrico depende da sua intensidade e duração, mas “grosseiramente” comparando, a corrente necessária para causar acidente fatal a um ser humano pode nem ser suficiente para acender uma lâmpada led, atualmente conhecida pelo seu baixo consumo, ou seja, somos muito frágeis. A responsabilidade pela segurança de pessoas e instalações é de todos, mas principalmente do profissional que atua diretamente nesta área.

 Os princípios físicos que regem os fenômenos elétricos e eletromagnéticos são estudados e muito bem conhecidos há mais de um século, no entanto nem sempre são bem entendidos pelos profissionais da área. Aterramento elétrico por exemplo, além de ter sua teoria baseada fortemente no eletromagnetismo que não é nada trivial, seu desempenho depende de fatores que muitas vezes não temos nenhum domínio, como geologia do terreno e os sistemas vizinhos à instalação. Aterramento e proteção elétrica deveriam ser matérias exaustivamente estudadas em cursos técnicos e faculdades de engenharia elétrica, no entanto, infelizmente o que vemos é que muitos profissionais não dominam estes assuntos, cometendo erros algumas vezes grosseiros que podem comprometer vidas, patrimônios e investimentos.

 A evolução da tecnológica também se deu na proteção elétrica, como por exemplo os dispositivos chamados DR (Diferencial Residual) que são capazes de identificar uma possível situação de choque elétrico e desligar o circuito rapidamente, protegendo vidas e equipamentos. Também a evolução dos relés de proteção, atualmente conhecidos como IEDs (Intelligent Electronic Devices) que podem ser programados para retardar o fechamento de um disjuntor, dando tempo para o operador sair da frente do painel, além de poderem ser operados remotamente. As normas técnicas também evoluem, afinal elas são o resultado do acúmulo da experiência de muitos, e muitas vezes trazem um aprendizado em função de perdas irreparáveis. Um bom exemplo é a NBR 5410 (Instalações elétricas de baixa tensão) que já incorpora a utilização dos dispositivos DR. Podemos citar também a versão mais recente (2015) da NBR 5419 (Proteção contra descargas atmosféricas) que saiu de 48 páginas para mais de 350, apresentando uma evolução incontestável principalmente na análise de risco em estruturas vulneráveis às descargas atmosféricas (raios). A NR-10 (Segurança em instalações e serviços de eletricidade) também trouxe uma mudança significativa na forma como tratávamos a segurança até então.

 No entanto, como em qualquer outra área do conhecimento humano, é preciso conhecer o que existe disponível para ser aplicado em proteção elétrica, além de uma sólida base do princípio de funcionamento do sistema em que se está trabalhando, só assim seremos profissionais atualizados, capazes de realizar projetos eficazes e eficientes.

Cleber Ferreira

Diretor de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do INEA - Instituto Estadual do Ambiente

9 a
Esdras Manoel

Projetista - Eletrico na FE SERVIÇOS

9 a

Grande mestre, sempre trazendo conhecimento e aprendizagem.

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