Quais devem ser as simetrias entre situação e oposição na política?
No regime democrático, governo e oposição dão o tom do embate de ideias. Teoricamente, o papel que cabe aos políticos contrários ao governo empossado é o de fiscalizar os atos da administração pública, denunciar erros e omissões e atuar de maneira propositiva para contribuir com a eficiência do Estado, tendo como norte os interesses da população.
Essas obviedades, defender e agir em prol do país, infelizmente não estão presentes de forma salutar em nosso ambiente político. Enquanto alguns continuarem a propugnar pelo “quanto pior melhor”, continuaremos a ser um país de excluídos. As narrativas fantasiosas e tendentes a apresentar um quadro ilegítimo tem causado grande e negativa repercussão. Nossos índices de desenvolvimento social e humano continuam baixos. A educação continua ruim.
Ora, nem é preciso de muita astúcia para concluir que o modelo combinado de situação e oposição clama por drástica mudança. Seria simples se nossos políticos apenas relembrassem e agissem na forma proposta pelo inciso III do artigo primeiro da nossa Constituição: nossa República tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. Ora, para qualquer cidadão a ordem é inequívoca, absoluta.
Mas, porque teimam em negligenciar o óbvio? Em suma, carecemos de maturidade. Nossa esperança é que os constantes erros e equívocos se convertam em acertos, infelizmente com o elevado custo do sofrimento do povo.
Àqueles que ignoram o citado comando constitucional, conclamamos: não criem entraves desnecessários, prezem pelo bem-estar da sociedade e, acima de tudo, representem o povo. Essa é a missão da vida pública, que todos os eleitos deveriam honrar.