Qual é o seu mindset?

Você já se sentiu impotente diante de uma situação desagradável? Você evita alguns desafios e nem sabe o porquê? Você acha que alguns fatos podem lhe definir e se sente acorrentado neles? Você julga a si e aos e os como burro ou inteligente? Se respondeu sim a uma dessas questões, talvez a culpa seja da sua mentalidade.

Em algum momento, provavelmente como autodefesa, sua mentalidade moldou-se para lhe manter numa "zona de conforto". Para isso, você foge de situações que colocam em risco a sua inteligência, ou capacidade física. O medo é uma constante.

Li o livro Mindset, a nova psicologia do sucesso, e pude identificar em mim a presença desta mentalidade que impede o desenvolvimento e prefere lhe deixar fixado em um momento, uma situação, um status adquirido. A psicóloga Carol Dweck vai mostrando, de exemplo em exemplo, como a maneira de pensar e agir interfere em nossas vidas.

E não pense que é fácil mudar o jeito de pensar e agir. Eu tenho uma lista mental de coisas que preciso criar coragem pra mudar. Mas para isso terei que me esforçar. Tá aí uma das chaves para o crescimento pessoal: o esforço. Admitir que com esforço é possível mudar uma situação, aprender e crescer parece óbvio, mas em vários momentos eu já ignorei isto. Talvez, achei que não valesse a pena se esforçar. Talvez, fiquei com medo de tentar e não conseguir e ter que conviver com a sensação da derrota (quem não tentou não perdeu!).

Às vezes, a gente simplesmente acha que não deveria se esforçar. As coisas deveriam ser nossas porque merecemos, porque somos destinados a elas. Ou o contrário. Se eu não sei jogar cartas, é porque não tenho talento e seria inútil insistir... A autossabotagem impõe a obrigação de nascer com o talento. Se não tenho talento para esportes, melhor nem tentar uma atividade física. O medo da derrota, da reprovação, é algo paralisante. Eu já vivi isto algumas vezes, mas ainda não havia me dado conta.

A leitura do livro Mindset realmente me fez refletir. Em alguns momentos, aceitei o desafio, me esforcei e colhi bons frutos, no mínimo um belo aprendizado. Em outras ocasiões, fugi da batalha, me escondi atrás do medo e fiquei aguardando que algo mágico acontecesse para mudar o que estava ruim. Mas a mágica não acontece e culpamos tudo e todos, menos a nossa falta de iniciativa e esforço.

Não é agradável fazer uma autoavaliação para entender onde faltou esforço e sobrou medo. É desconfortável olhar para as situações que precisam ser mudadas e saber que nada vai mudar se eu não agir em favor da mudança. E o mesmo vale para as pessoas ao meu redor. Posso estimular a mentalidade de crescimento do próximo e lhe ajudar no processo de evolução pessoal e profissional. O incentivo certo pode fazer maravilhas. E o livro está recheado de belos exemplos.

Mas uma mudança de atitude pode realmente mudar a nossa perspectiva de vida? Só tentando pra saber. Se tentar, há chance de conseguir. E o processo envolvido no esforço da mudança contribui para o seu crescimento. A autora cita o filme Feitiço do Tempo, comédia romântica de 1993. Na história, um personagem fica preso em um dia que se repete interminavelmente. Se nós tivéssemos a oportunidade de reviver as dificuldades do passado, realmente faríamos diferente? Ou repetiríamos os nossos erros, num círculo de culpa e autopiedade sem fim? E as nossas vitórias seriam encaradas como talento e merecimento, ou reconheceríamos o esforço envolvido em cada conquista?

A autora propõe uma estratégia simples para sair da inércia em busca do mindset que pode nos fazer crescer. Já li outras obras com proposta parecida: Como fazer amigos e influenciar pessoas, Os segredos da mente milionária, O milagre da manhã. Todas com ótimos ensinamentos. Mas acredito que o trunfo de Mindset é atacar a raiz do problema, a nossa mentalidade.