A cultura pode ser traduzida como os valores e crenças que norteiam o comportamento social, as regras não escritas. Ela molda atitudes e comportamentos de forma ampla e duradoura e não é aquela "pregada" na parede ou teorizada pelo board da organização, e sim a efetivamente praticada pelas pessoas.
As normas culturais definem o que é encorajado, desencorajado, aceito ou rejeitado dentro do grupo. Quando adequadamente alinhada aos valores pessoais, tendências e necessidades, a cultura libera enorme energia para um propósito comum e estimula a capacidade do indivíduo e da organização de prosperarem.
A cultura também desenvolve flexibilidade e autonomia em resposta a diferentes oportunidades e demandas. Enquanto a estratégia costuma ser determinada pelo alto escalão, a cultura mescla de forma fluida as intenções dos altos executivos com o conhecimento e a experiência dos colaboradores da linha de frente.
Um estudo realizado pela Harvard Business Review e utilizado como modelo teórico para a avaliação de cultura iGrown revelou duas dimensões principais que se aplicam a toda empresa, independentemente de sua área, porte, setor ou geografia: interações interpessoais e resposta à mudança. Para entender a cultura, é preciso determinar onde o indivíduo e a empresa se situam entre essas duas dimensões.
Interações interpessoais: A orientação da organização para a coordenação e interações interpessoais está contida num espectro que varia de altamente independente a altamente interdependente. As culturas que se inclinam para a primeira valorizam a autonomia, ação individual e competição. As que se inclinam para a última enfatizam a integração, administrando relacionamentos e coordenando esforços em grupo, e nestas culturas as pessoas tendem a colaborar mais e veem o sucesso pelas lentes do grupo.
Resposta à mudança: Enquanto algumas culturas enfatizam a estabilidade — priorizando consistência, previsibilidade e manutenção do status quo — outras enfatizam a flexibilidade, adaptabilidade e receptividade para mudar. As que favorecem a estabilidade tendem a seguir regras que utilizam estruturas de controle — como staff baseado em senioridade —, valorizam a hierarquia e buscam a eficiência. As que favorecem a flexibilidade tendem a priorizar a inovação, abertura, diversidade e orientação de longo prazo.
Aplicando esses fundamentos, foram identificados oito estilos que se aplicam tanto à cultura organizacional, quanto aos indivíduos. São eles:
Estilos próximos, como segurança e ordem ou aprendizado e prazer, coexistirão mais facilmente do que estilos que se encontram mais distantes na matriz acima, como autoridade e propósito ou segurança e aprendizado. Por isso, entender qual é o seu estilo cultural predominante e qual é a cultura de sua empresa e time de trabalho são fundamentais para aumentar a sinergia e a naturalidade com o qual o trabalho deve fluir, reduzindo desgastes e atritos.
Entenda cada uma das culturas:
Acolhimento: A cultura de acolhimento se refere aos relacionamentos e à confiança mútua. Os ambientes de trabalho são locais calorosos, onde as pessoas ajudam e apoiam umas às outras. Os colaboradores são unidos por lealdade, os líderes enfatizam a sinceridade, o trabalho em equipe e os relacionamentos positivos.
Propósito: A cultura de propósito se caracteriza por idealismo e altruísmo. Os ambientes de trabalho são locais tolerantes, solidários, onde as pessoas tentam fazer o bem pelo futuro de longo prazo da humanidade. Os colaboradores são unidos pelo foco na sustentabilidade e nas comunidades globais, e os líderes enfatizam ideais comuns e contribuem para uma causa maior.
Aprendizado: A cultura de aprendizado diz respeito à exploração, expansividade e criatividade. Os ambientes de trabalho são locais inovadores e liberais, onde as pessoas lançam ideias novas e exploram alternativas. Os colaboradores são unidos pela curiosidade e os líderes enfatizam o conhecimento, a inovação e a aventura.
Prazer: A cultura de prazer é expressada por meio de divertimento e empolgação. Os ambientes de trabalho são locais despreocupados, onde as pessoas tendem a fazer o que as torna felizes. Os colaboradores são unidos pela descontração e por estímulos, e os líderes enfatizam a espontaneidade e o senso de humor.
Resultados: A cultura de resultados é caracterizada por realizações e conquistas. Os ambientes de trabalho são locais orientados aos resultados e baseados no mérito, onde as pessoas aspiram ao desempenho de excelência. Os colaboradores são unidos pela motivação da competência e do sucesso, e os líderes enfatizam o cumprimento de metas.
Autoridade: A cultura de autoridade é definida pela força, determinação e ousadia. Os ambientes de trabalho são locais competitivos, onde as pessoas se esforçam para obter vantagem pessoal. Os colaboradores são unidos por forte controle e os líderes enfatizam a confiança e a dominação.
Segurança: A cultura de segurança se refere ao planejamento, à precaução e à prevenção. Os ambientes de trabalho são locais previsíveis, onde as pessoas têm consciência do risco e se pautam pela reflexão. Os colaboradores são unidos pelo desejo de sentirem-se protegidos e antecipam a mudança. Os líderes enfatizam o comportamento realista e o planejamento cuidadoso.
Ordem: A cultura de ordem se concentra em respeito, estrutura e normas comuns. Os ambientes de trabalho são locais metódicos, onde as pessoas obedecem às regras do jogo e procuram se encaixar. Os colaboradores são unidos pela cooperação, e os líderes enfatizam procedimentos compartilhados e costumes seculares.
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Secretária Executiva na Universidade Federal do Paraná
4 aExcelente... consegui encaixar, inclusive para o perfil de organização pública