Qual a importância da Ética na prática profissional?

A recente tragédia ocorrida em Brumadinho (MG) nos mostra um clássico exemplo de como é importante manter a ética e o respeito aos diretos humanos acima dos interesses comerciais. 

 Essa fatalidade poderia ser evitada se a segurança das pessoas fosse considerada mais importante que o fascínio pela lucratividade. Contudo, os noticiários mostram diariamente o discurso de flexibilização da legislação trabalhista e ambiental por parte dos grandes empresários e também daqueles que deveriam ser os guardiões do povo: os governantes. 

O texto “Questões éticas da Psicologia Social e do Trabalho e das organizações voltada à Gestão de Pessoas” de Marcelo Afonso Ribeiro, aborda a importância da ética e a urgência de sua aplicação, sobretudo, no campo organizacional e do trabalho devido as mazelas provocadas pela ética do capitalismo.  

Nesse sentido, é possível citar como exemplo a postura que muitas empresas ainda adotam quando o assunto é a legislação trabalhista brasileira. É notável que tais esforços são guiados para evitar multas e não pelo bem-estar do ser humano que compõe o quadro de funcionários. Ou seja, a maior parte das ações dos empregadores são guiadas pelo princípio capitalista da lucratividade e não pelo respeito à dignidade e à integridade do ser humano, como orienta o código de ética do profissional de psicologia, que deveria guiar todas as demais profissões. 

No caso da tragédia em Brumadinho, não só os trabalhadores foram prejudicados, como também uma comunidade inteira que estava ao redor da empresa Vale e hoje sofre as consequências da negligência de pessoas que olhavam apenas para a lucratividade. 

Marcelo Afonso Ribeiro explica que, na ética contemporânea, o indivíduo livre é governado por uma ordem social construída pelo mercado, tornando uma lógica econômica numa lógica social. Com isso, entende-se que ser ético na contemporaneidade é agir conforme as necessidades do mercado, mesmo que seja de uma forma desfavorável e prejudicial ao ser humano.  

Todavia, esse discurso apenas levará os profissionais a agirem em nome dos interesses empresariais a fim de garantir seu emprego, desconsiderando totalmente as consequências que outras pessoas que sofrerão. 

Meu intuito ao publicar esse artigo é que as pessoas sejam mais críticas ao realizarem seu trabalho, de modo que possam refletir antes de tomar qualquer decisão, principalmente aquelas que causem um possível dano a outro ser humano. 

REFERÊNCIAS

RIBEIRO, M.A. Questões éticas da Psicologia Social do Trabalho e das organizações voltadas à Gestão de Pessoas. In:Psicologia e gestão de pessoas: reflexões críticas e temas afins (ética, competência e carreira). 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2009. p. 77-91