Qual o caminho para o crescimento exponencial no ambiente de negócios contemporâneo?

Quando falamos de relações econômicas e mercado, certamente não existe um caminho único para que uma empresa trilhe uma jornada de sucesso e conquiste o tão sonhado lugar de destaque no panteão das lideranças de um segmento.

Analisando a história, temos tanto exemplos de empresas bem-sucedidas que cresceram investindo em setores tradicionais e a partir de modelos administrativos baseados no "feijão com arroz" da gestão empresarial; quanto negócios digitais disruptivos que nasceram em míticas garagens e que hoje contam com estruturas gerenciais ágeis, dinâmicas e horizontais.

Feita essa observação, também é verdade que se antenar nas tendências que guiam as estratégias de crescimento no ambiente de negócios contemporâneo é uma demanda importante para as lideranças que buscam alternativas visando a diferenciação competitiva dentro de um ecossistema em que a concorrência pode partir das mais diversas frentes – seja de outra grande companhia de um setor, seja de uma startup jovem e guiada por mentes criativas.

Nesse sentido, um dos tópicos que vêm sendo muito debatido ao longo dos últimos anos, tanto no mercado brasileiro quanto global envolve o conceito de Growth Hacking, termo criado por Sean Ellis (uma das cabeças por trás do crescimento exponencial de empresas do Vale do Silício como Facebook e Uber) que, de modo bem objetivo, envolve um conjunto de áreas e conhecimentos multidisciplinares de uma organização ou startup visando, justamente, um modelo de crescimento ágil.

Basicamente, as estratégias de growth se sustentam a partir dos pilares de marketing, análise de dados e automação/tecnologia, visando o desenho de modelos (hipóteses) que podem fazer um negócio crescer rapidamente e se diferenciar dentro de seu nicho de atuação. Por sua vez, essa construção é desenhada a partir de 4 etapas objetivas:

• Brainstorming: momento onde são lançadas as ideias/hipóteses a serem testadas, sem qualquer julgamento crítico e com máxima liberdade;
• Modelagem: refinamento e definição da hipótese que será testada diante do desafio específico da empresa;
• Testagem: com processos bem definidos, objetivos e indicadores de avaliação;
• Avaliação: finalmente, os resultados são avaliados e os próximos passos construídos (se o projeto irá continuar, ser pivotado ou cancelado).

É importante frisar que, justamente por ter como princípio a modelagem de testes, o growth hacking não deve se guiar pelo pressuposto do erro – cada vez menos em voga dentro do contexto de busca contínua pela inovação – mas da aprendizagem. Ou seja: falhas são fontes de conhecimento e uma importante etapa para o crescimento de um negócio. 

Além disso, do mesmo modo que as áreas de produto trabalham com conceitos como o de MVP (Produto Mínimo Viável), no Growth, a sigla MVT diz respeito ao teste que pode ser realizado com o menor custo possível (Minimum Viable Test). Em outras palavras: um dos mantras das estratégias de crescimento no mercado contemporâneo é o erre rápido e erre barato! 

E, estudando exemplos da aplicação de Growth no mercado, vi o interessante exemplo do Facebook que, no início de sua história, identificou que usuários que adicionavam de 7 a 10 amigos nos primeiros dias de permanência na rede teriam mais chances de permanecerem fiéis. 

A partir dessa análise, o Facebook investiu em estratégias automatizadas e campanhas para incentivar usuários, por exemplo, a dividirem suas listas de contatos de e-mail. A partir do acesso a lista, a rede fazia sugestão de amigos que já estavam presentes no Facebook para aquele usuário. Lembram dos pilares de automação, dados e marketing?  

Fato é que o growth hacking se insere como uma das metodologias mais debatidas diante da perspectiva de modelos de gestão ágeis e que buscam expansão escalável, rápida e exponencial na era dos negócios disruptivos. E você, qual caminho está buscando para o crescimento de sua companhia?