Qual o seu preço?

Pode ser que esta pergunta tenha causado algum desconforto, mas caso tivesse sido melhor formulada, quem sabe: "pretensão salarial", você ficaria mais confortável em responder?

Todos os dias nos colocamos a venda,  nas entrevistas de emprego, nos romances, no almoço de domingo; em diversas ocasiões fazemos de tudo para ressaltar todo o nosso diferencial, as vezes conseguimos do "cliente" uma percepção generosa de nossas qualidades e em outras, nossos atributos mais legítimos não chegam a sequer despertar interesse. 

Concordamos que as empresas são diferentes, as pessoas tem expectativas diferentes, porque então baseamos nosso desenvolvimento e desempenho segundo as perspectivas de algum esteriótipo definido não sabemos por quem. Todos conhecemos pessoas que num primeiro momento, ao analisar seus atributos profissionais, deixam a desejar em vários sentidos; muitas vezes nos encontramos até questionando como aquela determinada criatura conseguiu o cargo/status que apresenta. Rapidamente seríamos capazes de apresentar algumas deficiências e limitações que não seriam encontradas em nossa performance. 

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro...

Ah... Clarisse (Lispector) como assim? Eu não tenho defeitos, tenho pontos em desenvolvimento, defeitos tem alguns incompetentes que chegaram onde estão  por "QI". Ooops, ta vendo o perigo? Não nos damos conta que podem ser justamente estas características, que julgamos incompatíveis com o cargo/função,  que possibilitaram o sucesso ou bons resultados de determinado profissional.

O seu valor está, sem dúvidas, em suas qualidades mas acredite você pode ganhar muito pelas suas limitações, o que você entende por fragilidade pode justamente ser a destoante  característica que o contratante procura. Ao responder qual o nosso preço ou pretensão salarial vale lembrar que a empresa vai levar o pacote completo, não podemos subestimar quaisquer detalhes.  Existe a média salarial, mas vamos com calma, não devemos pasteurizar nossas vivências e  históricos profissionais.