QUAL SEU PERFIL DE RISCO NA HORA DE INVESTIR?
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QUAL SEU PERFIL DE RISCO NA HORA DE INVESTIR?

Você já respondeu aquele questionário do seu banco ou da sua corretora para saber seu perfil de risco?

O perfil de risco, também conhecido pelo termo em inglês suitability, é um questionário básico que indica a tolerância do investidor aos riscos dos investimentos. No Brasil, é um requisito imposto pela Instrução CVM 539 – que obriga toda instituição financeira a aplicar um teste para identificar o perfil de risco do investidor, e assim filtrar os produtos financeiros disponíveis.

Os questionários de perfil de risco são eficazes?

Embora esses testes sejam constantemente aprimorados, continuam limitados. Na maior corretora do Brasil, o questionário consta de apenas 9 perguntas, com uma média de 4 alternativas para a resposta. Além de questões sobre tolerância a eventuais perdas, incluem outras sobre horizonte de investimento, situação financeira, experiência com mercado, nível de educação, objetivos e necessidades. Tudo bastante superficial – basicamente uma pergunta para cada item.

O resultado do teste será, com grande probabilidade, impreciso. E para um bom planejamento financeiro, uma definição clara do perfil de risco é fundamental.

Como atuam os planejadores financeiros?

No planejamento, nós vamos bem além destes questionários obrigatórios. Com ferramentas mais sofisticadas, aplicamos testes que nos informam, além de um perfil de risco apurado com muito mais rigor, também o perfil comportamental do cliente – ou seja, seu modus operandi em situações de tomada de decisões. Isso já é bastante mais eficiente – essa possibilidade de conjugar a tolerância ao risco com o funcionamento psicológico, inclusive sob pressão.

Nossa metodologia

Na ElaInvest, além do teste comportamental, a composição da carteira levará em consideração várias outras informações levantadas no decorrer do processo de planejamento. Como resultado, por exemplo, podemos recomendar que a carteira de investimentos de um determinado cliente esteja exposta a um risco menor do que o apontado no perfil apurado em seu teste. Com ponderações distintas, os itens abaixo podem rebaixar o risco recomendado para uma carteira:

1 - Fase do Ciclo de Vida Financeira em que o cliente se encontra:

  • Acumulação de capital (em geral, 20-30 anos)
  • Rentabilização (em geral, 30-45 anos)
  • Consolidação (em geral, 45-55 anos)
  • Preservação (em geral, após 55 anos)

Normalmente, quanto mais idade tem a pessoa, mais próxima da idade desejada para atingir a independência financeira, e menor risco deve correr com seus investimentos.

2 - Empregabilidade: ou seja, em quantos meses o cliente avalia que poderia retomar a produção de renda, no caso de interrupção por perda de emprego ou projetos, devido à crise econômica ou outros fatores. Nesta resposta, deve levar em consideração seu ramo de atividade, idade, formação e atualização. Em linhas gerais, quanto mais tempo ele avalia que pode demorar para retomar suas condições normais de renda, maior a reserva de emergência necessária – parte da carteira com baixo risco e liquidez.

3 - Percentual da renda mensal que é direcionado para investimentos: quanto menor esse percentual, menor a capacidade de poupança, e menor o risco recomendado para a carteira.

4 - Número de pessoas que dependem de sua renda: quanto mais pessoas dependem dele, menor o risco a ser assumido.

5 - Conhecimentos e experiência com investimentos: se não tem conhecimento de mercado, menos risco estará apto a assumir.

A importância da educação financeira

Eventualmente identificamos um cliente que, dado suas condições gerais, poderia até arcar com um maior percentual de risco em sua carteira. Nesse caso, a educação financeira se torna parte fundamental do processo de planejamento. O domínio do funcionamento do mercado e conhecimento dos produtos disponíveis dá segurança para a tomada de decisões, permitindo que ele assuma maiores riscos. Sempre, logicamente, que estiver confortável com qualquer alteração.

Com taxas de juros baixas, para ter maior rentabilidade, tem que arriscar mais

Nos últimos anos, passamos por um período de seguidas (e importantes) quedas nas taxas de juros. Houve, de maneira bastante generalizada - por parte de agentes de investimento, assessores e mídia especializada - um movimento de conscientização do investidor: para conseguir uma maior rentabilidade em seus investimentos, um maior percentual de risco seria necessário. Vários clientes, atraídos pelas possibilidades de ganho, aumentaram o percentual de ativos de risco em suas carteiras.

Com o recente evento da Covid19, e seu impacto negativo nos mercados, as perdas foram importantes em algumas carteiras. Alguns realizaram essas perdas. Esse evento traz, para investidores e assessores, uma oportunidade de reflexão e aprendizado. Na hora do ganho, o cliente se submete ao maior risco. Quando o movimento se inverte, ele tem muita dificuldade de absorver.

O bom senso e a experiência do profissional de planejamento financeiro na condução do trabalho é fundamental para balizar todos os aspectos envolvidos na composição dos investimentos, e a consequente adequação do resultado final do planejamento não só aos objetivos do cliente, como também da sua tranquilidade no acompanhamento de sua carteira.

Daniela Mir Gelamo, CFP®

Planejadora Financeira Pessoal | Oriento pessoas a usar o dinheiro como uma ferramenta para realizar projetos e sonhos.

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Sensacional colocação Flor! Super alinhado com pesquisas mundiais sobre o assunto.

Janser Rojo, CFP®

Co-fundador e Excelência de Processos @Serafin

4 a

Adorei a reflexão Florence! Muito bom.

Octavio René Lebarbenchon Neto

Professor universitário, conselheiro profissional e empresário

4 a

Que legal Florence, muito bacana 👍

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