Qual a sua responsabilidade sobre o seu desconforto?

Qual a sua responsabilidade sobre o seu desconforto?

Nenhum cérebro é igual a outro, e isso é uma realidade que vem sendo observada desde a Grécia antiga, onde já se reconheciam os transtornos mentais. A psiquiatria, ciência que estuda as doenças da mente, categoriza esses transtornos por sintomas, buscando formas de tratamento que muitas vezes envolvem a medicação.

No entanto, a sociedade contemporânea tende a utilizar o discurso médico para descrever qualquer mal-estar ou insegurança, transformando o incômodo em sofrimento psíquico. Muitas vezes, a busca pela eliminação imediata dos sintomas leva as pessoas a suprimir seus problemas, ignorando a raiz do desconforto e se tornando vítimas de suas próprias angústias.

A ansiedade, por exemplo, é um medo incompreensível que surge quando evitamos olhar para aquilo que nos causa desconforto. Para superar esse sentimento, é necessário nos tornarmos vulneráveis e aceitarmos nossas fragilidades, mesmo que isso nos coloque expostos ao medo da rejeição, inerente à natureza humana.

Ser responsável pela mudança em nossa vida não significa sentir culpa pelo desconforto que estamos vivenciando, mas sim assumir o controle e buscar soluções para transformar essa realidade. Ao invés de suprimir os sintomas, é importante validar nossos sentimentos e explorar nossas emoções para nos curarmos verdadeiramente.

Uma mente saudável não é aquela que não experimenta mal-estar, mas sim aquela que sabe lidar com seus desconfortos e transformá-los em aprendizado e crescimento. Quando nos alinhamos com nossos desejos mais profundos e genuínos, todo o caos e barulho interno se transformam em uma bela melodia, mostrando que a verdadeira cura está em nos aceitarmos e nos reconhecermos como seres únicos e complexos.

Portanto, em vez de buscar a supressão dos sintomas, devemos nos permitir explorar nossas emoções e nos conectar com nossa essência, encontrando assim a verdadeira harmonia e cura para nossas angústias. Afinal, é na aceitação de nossa individualidade e na busca por autenticidade que encontramos a verdadeira essência do nosso ser.


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