Quando a determinação te leva longe.

Hoje vou falar sobre João e José, dois meninos com dificuldades e realidades de vida diferentes, mas determinados e com igual empenho em busca do conhecimento.

“Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito bela para ser insignificante.”  Charles Chaplin

João, menino pobre de um bairro da periferia da capital de um país latino-americano. José, menino nascido em uma cidade do interior do Paraná.Os pais de João com seus trabalhos humildes, mas honestos, nem sempre tinham dinheiro para comprar os livros necessários, João então pegava emprestado de quem já havia comprado e os lia antes mesmo das aulas começarem.

Os pais de José faleceram quando ele e seu irmão ainda eram pequenos, depois de idas e vindas acabaram por morar em um internato em Curitiba.

João sempre ávido por conhecimento e pelo desconhecido, sem dinheiro cortou um pneu e pregou na parede de sua casa e ali treinava Taekwondo e com ajuda de seu mestre, muito empenho e dedicação tornou-se faixa preta.

Já José desde pequeno pegava seu pranto e sua dor e transformava em palavras em um pedaço de papel, na escola transformava em fórmulas, quase explodindo o laboratório em um de seus experimentos.

João queria ir para aeronáutica de seu país, mas sua baixa estatura não deixou. Já José serviu o exército.

João queria alçar voos maiores e seu país tornara-se pequeno, então veio para o Brasil fazer uma faculdade, colocou em sua bagagem força, determinação e muita coragem. Trabalhou de pedreiro, garçom, passou fome e frio, mas isso não impediu de seus estudos continuar e ali se encantou com a informática, buscou aprender tudo e um pouco mais, devorava livros e livros.

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”  Eduardo Galeano

Ele foi aprendendo e assim passou a fazer trabalhos para outros alunos, para professores e esses arrumando clientes para ele, ali nascia um empresário. Levou mais de 10 anos estudando antes de se formar, foi expulso da faculdade pelas faltas, fez vestibular no mesmo ano, voltou e se formou, hoje tem mais de uma graduação.

Tornou-se cidadão brasileiro e empresário bem-sucedido, mas ele queria mais e assim foi alçar voos mais altos ainda nos EUA. Hoje João é empresário (que prezava pela qualidade de vida de seus funcionários), poliglota e duas especialidades em engenharia.

José por sua vez também ávido pelo conhecimento se dedicou às letras, e jornalista se tornou além de outras graduações. Ele e seu irmão tomaram rumos diferentes. José nunca casou. Mas seu irmão casou e teve dois filhos, os quais foram herdados por José ainda pequenos, quando seus pais faleceram. José tornou-se pai de seus sobrinhos da noite para o dia. Hoje José é pai, poeta, teólogo, professor de latim, jornalista, escritor e editor.

“Destino não é uma questão de sorte, mas uma questão de escolha; não é uma coisa que se espera, mas que se busca”. William Jennings Bryan

Esses dois meninos, hoje homens bem-sucedidos em suas escolhas, comprovam que não é o ambiente onde se nasce e nem por quem se está cercado que determina o que uma pessoa vai ser e sim, o que ela se propõe a fazer ou o que ela deixa de fazer nas suas buscas.

A estrada da vida nos dá desde pequenos caminhos sejam eles com ensinamentos em casa, na escola e nas amizades e ao longo dessa nossa caminhada vão aparecendo mais bifurcações. O que diferencia os Joões e os Josés da vida é a força e a coragem de traçar um objetivo e seguir nele sem se deixar abater e influenciar negativamente pelo mundo que os cercam.

Está em nossas mãos a escolha do bem ou do mal, do vencer ou ser vencido.

“Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências”. Pablo Neruda

Jarde Dembiski

26/09/2017