Receita milagrosa existe? Qual a sua?
Mais uma semana se iniciando e mais um artigo para publicar, mas o que publicar?
Tenho escrito sobre minhas vivências, apesar dos meus 54 anos não tive muitas experiências seja como estudante ou como profissional. Então escrever sobre o que?
Então veio em mente alguns fatos, alguns postados aqui no LinkedIn e outro foi em uma conversa por telefone com o Roberto Angelelli (recomendo) o qual me foi apresentado pela Elizabeth Saramago Costa (que super recomendo).
Aqui muito se posta que devemos escrever, mas escrever sobre assuntos que dominamos (experiências em nossas carreiras). Mas quais experiências? Trabalhei pouco e estudei menos ainda. Muitos jovens têm muito mais experiências do que eu, mas meu diferencial para com muitos jovens é que coloco o meu melhor em tudo aquilo que estou fazendo e na conversa com o Roberto surgiu o assunto receita de bolo.
Unindo um assunto ao outro começou a surgir várias ideias do que escrever. Aí veio a ideia de escrever sobre receitas que é um tema que eu domino. Calma, não vou escrever sobre culinária.
Sou a caçula de nove irmãos que as fatalidades da vida transformaram em seis, minha irmã com quem eu poderia ter tido um bom relacionamento (diálogo) na época é nove anos mais velha, sempre teve suas prioridades e os meninos queriam saber de futebol, bolinha de gude e carrinho de rolimã. Meus diálogos eram com personagens dos livros de contos de fadas e com personagens de fotonovelas.
Quando saí do primário o qual me repetiram o primeiro ano, achei que eu tinha repetido o ano, só mais tarde lendo meus boletins vi que tinha sido reprovada em matemática, minha média aquele ano tinha sido “A”, rsrs. Eu tinha só seis anos naquela época a idade era de sete anos.
Fui para o ensino fundamental e me apaixonei pelo handebol. Só pensava nisso quando estava no colégio, participei de vários campeonatos, não fui adiante porque não tinha quem fosse me buscar nos treinos.
Meu foco não era estudar, era jogar, em casa no lugar de estudar lia as fotonovelas que minha irmã comprava. Estudava o suficiente para passar de ano, não para ter um futuro melhor, vivia num mundinho irreal. Muitas vezes colei nas provas (principalmente em inglês) e passei muita cola, fiz muitas provas de desenho colocando o nome de outros alunos deixando a minha por último. Não façam, não é correto e não leva à lugar algum, te deixa estacionado.
No ensino médio troquei de colégio, eram os mesmos quarenta minutos de caminhada, mas optei por um colégio com curso técnico, acho que escolhi o curso errado, acho não, tenho certeza, Publicidade ou Petroquímica? Petroquímica que não me serve para nada.
Às vezes me pergunto o que teria acontecido se eu tivesse continuado com o handebol, será que teria sido uma atleta de ponta ou se tivesse feito publicidade, estaria entre os “tops” no marketing? Pensando no quanto sou dedicada naquilo que faço acredito que sim, mas nunca saberei, então bola pra frente.
Vestibular? Só me lembrei dele quando um de meus irmãos falou para fazer a inscrição, fui lá eu fazer a inscrição buscando educação física, mas a faculdade que oferecia o curso já tinha encerrado as inscrições, fiz em outra para administração com segunda opção em economia.
Fui nessa época que comecei a trabalhar, meu pai não queria que eu trabalhasse, trabalhei escondido dele em uma lotérica toda quinta-feira, minha mãe me buscava sempre, já estudando a noite fui trabalhar integralmente em outra empresa. Engravidei, nem fui ver o resultado do vestibular, casei, parei de trabalhar com cinco anos de trabalho em carteira.
Mais tarde vi muitos colegas de escola formados e pensava: "Nossa ela reprovou de ano depois que mudei de colégio e está formada”. Fiz muitas provas no lugar dela. Ou pensava: “Sério que ele se formou?” Ele tirava notas piores do que as minhas. Eles tinham a receita deles e seguiram a risca. Agora não me adianta querer chorar o leite derramado tenho é que correr atrás do prejuízo.
Foram 18 anos em casa e os cursos que fiz foram de culinária e de tricô, não me imaginava numa vida fora daquele contexto.
Sempre dizia para meus filhos, estudem, estudem e estudem, não para passar de ano no colégio, mas para vocês terem um futuro brilhante, não sigam meu exemplo, que vocês sejam exemplos. Desde cedo foram incentivados à estudar e a trabalhar.
Divórcio veio, filhos crescendo veio a necessidade de voltar ao mercado de trabalho. Mas aí a pergunta: Fazer o que? Mesmo tendo pouca experiência voltei à trabalhar e lá fiquei por onze anos até a empresa fechar.
O que não sabia fazer eu perguntava, fui mudando de funções, agregando conhecimentos, auxiliando em melhorias na empresa, muitas vezes o Rogério, rapaz que muito me ajudou e ensinou me perguntava como fazia tal coisa, a qual ele me ensinou e eu aprimorei.
Muitas mulheres se perguntam, devo ou não devo abrir mão da minha carreira para ficar com meus filhos? Digo, se pudesse voltar no tempo eu teria saído do emprego novamente, o tempo com meus filhos foi precioso, mas não ficaria só nos cursos de tricô e culinária, expandiria meus horizontes.
Quer sair do trabalho e ficar com os filhos faça, curta bastante e quando estiverem na creche ou na escola foque em você, foque em cursos para o seu crescimento como profissional, os filhos crescem e a prioridade deles será desbravar o mundo.
Então, voltando à conversa com o Roberto sobre receita de bolo, eu posso afirmar que a minha receita ou a sua receita por mais que os ingredientes sejam os mesmo não vai ficar igual você fazendo a minha ou eu fazendo a sua, pois os fatores são diferentes.
Até comentei com ele das minhas várias receitas que são pedidas nas festas, mas tem uma em especial que é o mousse de menta, recebi a receita da minha sobrinha Márcia Eliza e passo para quem pede tal qual recebi e faço, e as pessoas dizem que seguiram os passos, mas não ficou igual.
A minha receita para você é, quer seguir uma receita a risca faça, mas saiba que o que você fizer não vai ficar igual, ela pode ficar melhor ou pior, mas caso queira colocar a sua identidade na receita vai fundo, mas saiba ela pode ficar melhor ou pior.
Não acredite em receitas milagrosas, elas não existem, a única coisa de concreto que existe na nossa vida é a morte o resto é tudo consequência do que colocamos em nossa mente e em nosso corpo.
Quando eu falava para meus filhos estudarem em outras palavras eu dizia: “Esta é a receita da minha vida pegue-a como exemplo e aprimore-a”.
Espero que tenham gostado da minha receita.
Jarde Dembiski
23/10/2017
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7 aCada vez melhor...
Gerente de loja | Chefe de Operações/ Profissional de varejo
7 aNão precisava nem perguntar adorei !! Realmente o toque pessoal de cada um de nós é único e intransferível, sendo assim , ele faz toda diferença. Show!!!
Gestor e Consultor Empresarial, Comercial e Recuperação Judicial
7 aOi Jarde Dembiski, tudo em nossa vida começa com um "se". Se você tivesse continuado no handebol... Ou, se eu tivesse feito isto ou estudado aquilo...Ou ainda, se ... qualquer muitas outras coisas. Como você relatou de modo simples e delicado, não há receita milagrosa. Quando muito, podemos seguir suas indicações ou sugestões de ingredientes e modo de preparo mas o resultado final sempre será pessoal e individual. Para alguns sucesso, para outros nem tanto. Criatividade, desafio, conquista! A maravilhosa saga do ser humano é buscar o êxito em novos caminhos e em novos experimentos.
Técnico em Regulação na Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ
7 aSó a educação e posteriormente o trabalho pode nos levar a um outro nível de vida. Hoje vejo como devia ter investido mais tempo no cuidado da educação não só a minha como a de um filho, que é muito aventureiro. O filho mais velho já faz doutorado e escolheu seu caminho. Jarde, continue a escrever... Parabéns!!!!!
S&OP | Supply Chain | Strategic Sourcing | Imports | Pricing
7 aJarde, agora vou insistir aqui publicamente contigo: Nunca pensaste em ser palestrante? Tuas histórias e lições de vida são saborosíssimas! As pessoas certamente tem muito o que aprender contigo.