Quando saí do meu mundo e reaprendi a escrever

No seu ambiente de trabalho, na sua equipe, tem apenas profissionais da sua área? Ou você convive com gente de tudo que é profissão?

Eu passei anos da vida me relacionando quase sempre com pessoas “iguais” a mim: jornalistas, assessores de imprensa, fotógrafos, enfim, gente “da imprensa”. E tudo bem.

No último ano, o cenário foi outro. Na WHF, em meio a designers, gestores de projetos, publicitários e programadores, jornalista era exceção.

Durante meses estive fora da minha bolha. Saí do meu mundinho para entrar em outros universos.

Saí da minha área de conforto

Esse período foi tão intenso que hoje olho pra trás e é como se eu tivesse ficado nesse trabalho por cinco anos, e não pouco mais de um.

Mergulhei em landing pages, UX design, marketing e comunicação on e off. Adentrei no front-end e falei um “oi, tudo bem?” ao back-end.

Reaprendi a escrever

No projeto de UX, eu precisei entender de cara que minha escrita ali seria outra.

Eu precisei entender o usuário daquele que seria um ecommerce de planos de saúde para que minha escrita conversasse com ele. Nessa hora, o jornalismo ficou comigo. Precisava ouvir o outro e responder o que, quem, como, onde, quando e por que.

Durante o projeto, compreendi que o conteúdo nada seria se ele não estivesse em sintonia com o design. E que o designer e o programador precisavam compreender o conteúdo no seu sentido mais amplo.

Ceder para que o melhor viesse

Não adianta, a gente carrega tudo o que a gente aprende e eu estava ali com essa bagagem. 

No entanto, por muitos momentos, eu entendi que precisava ceder. Deixar de lado minha técnica e experiência em favor da técnica e experiência do outro, porque era o melhor a fazer.

E como sabia que era o melhor? Escutando o outro.

E nesses meses, os verbos foram além. Escutei... Escutei muito. Opinei... Opinei muito. Discuti e fiz as pazes.

Quando escolhi viver uma nova fase, só pensava: “... que bom que pude viver isso, que bom que cruzei com pessoas tão diferentes de mim”.

Sabia que estava encerrando um ciclo da minha vida profissional que jamais imaginei viver quando decidi pelo jornalismo há 16 anos.

Que bom, que bom ☺️