Quanto custa a saúde mental de sua empresa?
Fico impressionado pela forma como atribuímos mais importância a questões menores. Desde a intensa preocupação com a estética, que faz as pessoas valorizarem a beleza como atributo para contratações, relacionamentos e aquisições, até a busca constante por inovações tecnológicas, sob o pretexto de não ficar para trás no mercado.
Somos movidos por interesses externos e por isso esquecemos a validação interna. Esse é o motivo pelo qual buscamos as academias quando queremos um shape perfeito e não quando imaginamos nossa vida aos oitenta. Também é por isso que o ESG ganhou excelentes proporções, não atingidas pela gestão ambiental pretendida desde o Relatório Brundtland.
O Homem foi para o espaço para que nações competissem pelo primeiro lugar, não para que as soluções alimentares fossem dadas ao mundo. Nossas infinitas motivações são só nossas, os outros são efeitos colaterais.
Diante de tudo isso, vemos uma população mundial que relativizou o número de mortes na Pandemia de 2020 e age como se nada tivesse acontecido. Pior ainda, os governantes mais agressivos, repentinamente, criaram um senso de urgência em conquistar mais territórios e aniquilar seus inimigos históricos.
Nas empresas públicas e privadas as coisas são decididas da mesma maneira. Investimos uma parte considerável do orçamento em plantas, expansões e tecnologias e deixamos de lado o cuidado com a comunicação, os relacionamentos e a saúde mental das equipes. Afinal, se qualquer um de nós falhar, seremos prontamente substituídos pelo próximo da fila.
Ao mesmo tempo, nos submetemos ao jogo, porque temos a sensação de que, se não for assim, não teremos como alimentar nossa família, ou como comprar nosso novo objeto de desejo.
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E assim nos entregamos a uma maneira de existir que é predatória e cruel. Mas qual é o custo de nossa saúde mental? Quanto vale para nós uma morte precoce, vazia, sem realizações e sem as pessoas que amamos próximas a nós? Qual a reflexão a ser feita?
Talvez você esteja pensando que não é bem assim, precisamos fazer esse jogo por questão de sobrevivência, porque o mundo é cruel e o mercado não perdoa. E eu posso concordar que existem inúmeros predadores em todos os níveis. Mas não preciso concordar que seja necessário abrir mão de nossos valores por uma expectativa de sobrevivência, sem sequer tentarmos nos manter vivos com eles.
Poucas vezes na vida eu vi pessoas morrerem defendendo seus melhores valores. Pelo contrário, o que mais encontro são pessoas que deixam esse mundo e empresas que fecham, sem cumprir o seu propósito e objetivo, sem terem se permitido defender uma posição de integridade e autocuidado.
Talvez todo esse texto seja muito utópico, mas pensa comigo, e se você, no seu trabalho, em qualquer posição que ocupar, resolver investir mais na sua saúde mental e no cuidado com a saúde dos outros ao seu redor, qual seria o ganho?
Deixo com vocês a reflexão e o desafio. Depois me contem se foi possível sobreviver assim.
Fico