"QUE PAÍS É ESSE???  (TRINTA ANOS DEPOIS)

"QUE PAÍS É ESSE??? (TRINTA ANOS DEPOIS)

Em 1987, ou seja, a 30 anos atrás, o cantor e compositor Renato Russo da Banda Legião Urbana interrogava com a força de sua voz e pulmões por todo o Brasil “Que País é Esse? ”. Lembramos ainda que esta canção foi composta em 1978, mas gravada só 1987 devido a problemas com a censura e a ditadura . Infelizmente apesar destas décadas de vida, não podemos deixar de notar a sua atualidade.

Logo no início da canção o bravo brado enfrentava de seu modo à ditadura e se fazia: “ Nas favelas, no Senado ....Sujeira pra todo lado”.

Numa análise presente, talvez possamos notar alguma evolução nas favelas, apesar de todo o descaso das autoridades e governos.

No entanto, no caso do Senado a sujeira está cada vez maior.

A impressão que fica é que o Senado, o Congresso Nacional e até mesmo o poder jurídico representado pelo nosso Supremo Tribunal de Justiça se submetem aos interesses de grupos políticos e econômicos subestimando à vontade popular e o compromisso de trabalhar pelo e em prol do povo.

Sei que para algumas pessoas pode parecer até chinfrim e extenuante, por ser tão divulgado e repetitivo, mas não posso deixar de lembrar que tudo continua mal, ou pior do que ir mal, as coisas continuam só piorando.

A saúde, a economia, o nível de emprego, o salário, a segurança, a moradia, a educação, o transporte, a justiça, a política, o sistema carcerário, a cultura, a impunidade, a corrupção .....tudo vai mal.

Talvez a única coisa que vem dando sinais de melhora, seja o nosso futebol na era Titedeana, mas o resto está uma verdadeira lastima.

Aplicam golpes (até que provem o contrário), falam em ditadura e militarismo (retrocesso), os corruptores acusam os corruptos, e os corruptos que se encontram no poder tentam corromper os corruptíveis (maioria absoluta) para se safarem.

Assim se institui a diversificação da corrupção e do afamado caixa dois. Existe a corrupção criminosa e a corrupção amenizada. Apesar dos delatores serem os mesmos, os corruptores serem os mesmos, e as práticas igualmente serem as mesmas, deve-se encara-las de forma diferente (será?).

Seria a justiça cega, apenas de um olho????

Ao analisarmos todos os argumentos e justificativas, a única diferença que conseguimos vislumbrar é a dos corruptos e do empoderamento político.

 Aqueles que estão no poder se debatem desesperadamente na lama da podridão para se salvarem, fazendo acordos, práticas de toma lá dá cá, malas pretas, apertos de mão e tapinhas nas costas. Tentam se diferenciar de frente ao espelho, e isso é impossível.

Mas o que mais dói é ver que o povo diante de tanta decepção e descaso se encontra enfraquecido e doente de uma anêmica desesperança.

Alguns grupos sociais tentam se organizar, realizar protestos e etc.... mas na maioria das vezes se rendem a influência de partidos políticos e de seus interesses.

E quando se rendem a estas influencias abrem as portas para militantes que se distanciam da realidade reivindicatória e passam a promover a violência e o quebra-quebra. Então se perde a razão e o apoio popular.

Diante disto tudo e de tudo o mais, acredito que o povo brasileiro nunca foi tão enganado explicitamente e descaradamente como agora.

Se estivéssemos num filme ou num conto de fadas esta seria a hora exata da cavalaria ou o super-herói aparecer e salvar tudo.

Mas estamos em falta de super-heróis, de luz no fim do túnel, de fadas madrinhas, magos e etc...

O nosso último candidato a herói parece que não resistiu aos apelos sedutores dos favores e presentes e se rendeu as falcatruas e avarezas monetárias, deixando o povo à deriva num mar cheio de tubarões sedentos de sangue, enquanto ele e sua prole se deliciavam num transatlântico.

Talvez o único personagem que povoa a nossa cena ultimamente seja o clássico de Chico Anísio, o Deputado Justo Verissimo, lembram?

Alguns crentes enviam mensagens, e-mails para seus deputados que em sua maioria não se dá ao trabalho nem de ler. E votam as matérias conforme seus interesses pessoais. 

Ao povo sempre é dado o primeiro sacrifício. Uma inversão de valores com certeza. Afinal o sacrifício maior não deveria ser feito pelos os que tem mais????

Mas isso também não é levado em consideração.

Enfim o povo brasileiro se encontra sem bussola, sem opção e se pergunta “ Em quem acreditar, em quem confiar????

Pergunta difícil de responder.

Quem sabe Deus se compadeça deste povo e acenda a sua lanterna mostrando o caminho?

Afinal, Ele já deve estar acostumado. Toda vez que a coisa aperta a gente pede socorro a Ele e se agarra à Sua benevolência.

Tenhamos fé então, pois parece que é só o que nos resta.



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