Que seja eterno enquanto open
Na nova Economia, dados são conhecimento e deixam de ser concentrados para serem compartilhados (Foto: Pixabay)

Que seja eterno enquanto open

Nosso futuro será open. E isso é ótimo.

A sociedade de consumo está passando por um processo de transformação. E essa mudança começa com os dados que nós geramos o tempo todo, passa pelo Big Data e chega ao conceito Open. Vejamos, então, a linha evolutiva dessa ruptura.

Geramos dados a todo momento. A cada consulta no Google, rolagem no feed das redes sociais, postagem ou interação no aplicativo de mensagens favorito. Mas dados não tratados são apenas um insumo básico. Isoladamente, não entregam significado algum e não constituem uma informação com valor. Porém, quando reunidos, são capazes de representar conhecimento. E assim temos o Big Data.

O armazenamento de informações propriamente dito não é um processo novo. Basta pensarmos em uma biblioteca, por exemplo. O conceito só ganhou ares de modernidade no início dos anos 2000, a partir de um artigo escrito por Doug Laney, analista de Tecnologia da consultoria norte-americana Gartner. Graças ao avanço da internet, a quantidade de dados disponíveis aumentou exponencialmente e a profecia de Laney se concretizou. Hoje é simplesmente impossível para qualquer empresa abrir mão de realizar uma análise de dados minimamente estruturada.

Confirmando um dos princípios da Economia (a lei de oferta e demanda), os dados se tornaram elemento valioso no mercado e deram fama e fortuna àqueles que chegaram antes e praticamente monopolizaram a matéria-prima mais valiosa no mundo contemporâneo. As Big Techs estão aí para comprovar essa tese. Entretanto, uma palavra ganhou novo significado e está subvertendo a ordem até então estabelecida: Open. 

Até agora, o conceito de liberdade de acesso aos dados tem aparecido como Open Banking, que é o compartilhamento dos dados bancários dos clientes. O Reino Unido foi o primeiro a implementar um sistema semelhante em 2018. Os Estados Unidos também estão em fase avançada, assim como Canadá, Rússia, Austrália e Índia. Aqui no Brasil, a nossa versão do processo de abertura de dados bancários está prevista para este ano. Esse movimento na área financeira acompanha uma corrente irrefreável, que se espalha por setores tão distintos quanto fundamentais, como Saúde, Educação e até a Política. 

E as empresas, como organismos vivos que são, também adotarão o modelo. Ter acesso amplo e irrestrito aos dados agora é uma demanda de mercado. Neste verdadeiro exercício democrático, voltar à época “pré-open” já não é uma possibilidade. Na nova Economia mundial, dados são conhecimento e deixam de ser concentrados para serem compartilhados, se estendendo a outras esferas, inclusive “não dados”, como aplicações e plataformas, por exemplo. Preparem-se, pois o Open é o futuro. E ele está só começando.


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