Que tipo de CONTADOR você é?

Que tipo de CONTADOR você é?

Quem me conhece sabe que sempre fugi do estereótipo tradicional do contador. Qual é esse? Baixo, careca, de óculos, conservador e burocrata. De algumas características físicas não consegui fugir, mas sempre passei longe das comportamentais.

Ouvi a minha vida toda que eu deveria ser comercial, devido ao meu perfil extrovertido e arrojado. Será? 

O contador em geral, por muito tempo se escondeu atrás das normas contábeis e da sua mesa no escritório. Com isso, perdeu espaço para outros profissionais nas organizações, como administradores, advogados e engenheiros. Mesmo que esses nunca tenham aprendido a interpretar, por exemplo, a velha e extinta DOAR, para os mais novos (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos). Brincadeiras à parte com os outros colegas, esses outros profissionais saíam de trás das normas, assumiam mais riscos, se aprofundavam mais sobre o negócio (business) e consequentemente ascendiam mais rápido dentro das organizações. 

Com a mudança das lei das S/A que permitiu que prevalecesse a essência sobre a forma, conhecer muito bem o negócio que atua se tornou ainda mais importante para o contador, consultar o FIPECAFI não seria mais suficiente. A lei deu um toque de subjetividade às decisões contábeis, trazendo consigo muitas oportunidades para que o contador não só registrasse, mas que interpretasse fatos ocorridos no negócio em que atua. Para que com isso, os contabilizem da melhor forma, ou seja, captem a natureza do ocorrido. Com isso, as demonstrações financeiras estarão alinhadas com a real situação econômica e não engessadas por orientação das normas. Ao tomar isso como verdade, as opções tributárias são diversas.Quem melhor do que você contador para definir o que é ou não insumo para prestação de serviço da sua empresa? O fisco?

Além disso, para garantir a integridade das demonstrações financeiras, é mandatório conhecer profundamente o negócio, do contrário, viverá refém das informações recebidas dos diversos sistemas corporativos. Passando assim, a ser um mero registrador das histórias que lhe são contadas. Alegar ignorância em caso de fraude não irá lhe ajudar, visto os exemplos que temos visto por aí.

É importante quebrar a barreira do ERP e retornar ao Billing (faturamento), avançar para o BI (business inteligence), se preocupar um pouco menos com quais impostos devem ser retidos de seus fornecedores e um pouco mais em como funciona sua cadeia de suprimentos, participar da estratégia, contribuir e não apenas registrar os resultados. Trocar a postura burocrata por uma propositiva sendo a solução e não o empecilho.

E como se faz isso? Bem, saindo da sua zona de conforto, arriscando. Isso obviamente irá exigir de você  contador, muito mais esforço, resiliência e consequentemente o desgastará, mas o resultado tende a ser certo, desde que preserve sua energia, retidão e sede de aprendizado.

Bem, e quanto a eu ser comercial, quem sabe um dia. Mas o fato é que nunca escolhi a contabilidade, foi ela que me escolheu.

E aí? Que tipo de CONTADOR você é?

Parabéns pela brilhante reflexão.

Eva Patricia Santos Cruz

Colaboradora do Tribunal de Justiça - CEJUSC

9 m

Reflexão maravilhosa!!!Parabéns

Excelente reflexão! Fábio Correia sem duvida, essa visão macro irá agregar muito para Empresa e abrir novas perspectivas para o Contador.

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