As queimadas no Brasil são um absurdo que destroem nosso patrimônio natural e ameaçam o futuro do nosso país.

Conter as queimadas no Brasil é um desafio complexo que envolve uma combinação de ações de prevenção, monitoramento, controle e educação. As queimadas, especialmente na Amazônia, Cerrado, Pantanal  e  São Paulo, têm impactos devastadores sobre o meio ambiente, a biodiversidade e as comunidades locais. Somente em São Paulo no mês de Agosto a Defesa Civil estimasse que os Incêndios foram equivalentes a 6,3 mil campos de futebol destruída pelo fogo em Morro Agudo . Para enfrentar esse problema, é necessário adotar uma abordagem multifacetada que envolva tanto o governo quanto a sociedade civil, empresas e comunidades locais.

Campanhas de conscientização sobre os impactos das queimadas e a importância de práticas sustentáveis são extremamente fundamentais. Educar agricultores, pecuaristas e comunidades sobre métodos alternativos de manejo da terra que não envolvam fogo pode reduzir a ocorrência de queimadas. Continuar promovendo e implementando técnicas de agricultura sustentável, como a agroecologia e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que reduzem a necessidade de queimadas para preparo do solo e manejo de pastagens.

Temos que implementar e fortalecer políticas de prevenção a incêndios florestais, incluindo a criação de incentivos para a adoção de práticas sustentáveis e a penalização rigorosa de atividades ilegais que causam queimadas. Utilizar tecnologia, como satélites, drones e sensores remotos, para monitorar áreas de risco em tempo real e detectar focos de incêndio rapidamente e incentivar cada vez mais plataformas como o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) já desempenham um papel crucial nesse monitoramento. 

E se falarmos de Brigadas de Incêndio então? Deveríamos fortalecer e expandir as brigadas de incêndio, especialmente nas regiões mais vulneráveis, realizar treinamento adequado e disponibilidade de equipamentos seriam essenciais para uma resposta rápida e eficaz. 

Será que os orgãos ambientais não poderiam se planejar e intensificar a fiscalização em áreas de desmatamento ilegal e queimadas criminosas? A presença de órgãos como o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a aplicação rigorosa da legislação ambiental são cruciais para desencorajar e conter essas práticas.

Trabalhar na remediação ao invés da prevenção só causa mais estrago no processo de implementar programas de recuperação de áreas que foram devastadas por queimadas, incluindo o reflorestamento com espécies nativas.

Um outra boa estratégia seria incluir comunidades locais e povos indígenas nas estratégias de prevenção e combate às queimadas. Essas comunidades possuem conhecimento tradicional que pode ser crucial para a conservação e manejo sustentável da terra. Incentivar projetos que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, gerando renda para as comunidades e reduzindo a dependência de práticas como queimadas para expansão agrícola. 

Buscar apoio de organizações internacionais e outros países para financiar e implementar projetos de preservação e combate a queimadas. Cooperação internacional também pode trazer tecnologia avançada e melhores práticas para o Brasil.  Deveríamos cada vez mais sermos protagonistas em cumprir os compromissos internacionais relacionados ao clima e ao meio ambiente, como o Acordo de Paris, que inclui metas de redução de desmatamento e preservação das florestas. 

Uma outra medida que ajuda e muito sempre é expandir programas de PSA para recompensar proprietários de terra que protegem florestas e adotam práticas agrícolas sustentáveis, reduzindo a necessidade de queimadas, fortalecendo e aplicando rigorosamente as leis ambientais que regulam o uso do fogo, protegendo as áreas naturais e punindo aqueles que desrespeitam as normas.

Conter as queimadas no Brasil exige um esforço coordenado e contínuo que envolve prevenção, monitoramento, controle, recuperação ambiental e engajamento comunitário. 

A combinação de tecnologias avançadas, políticas públicas eficazes, educação e conscientização, e o fortalecimento da fiscalização são essenciais para proteger as florestas brasileiras e garantir a sustentabilidade ambiental a longo prazo.

No Brasil, a queima de mata é uma prática ilegal que pode resultar em diversas penalidades, dependendo da gravidade do crime e das circunstâncias. A legislação brasileira é bastante rigorosa em relação à proteção do meio ambiente, especialmente com relação à destruição de florestas e outros ecossistemas naturais. 

A multa por desmatamento e queima ilegal de vegetação pode variar entre R$ 1.000,00 a R$ 50.000.000,00, conforme estabelecido pelo Decreto nº 6.514/2008. O valor depende da área queimada, do tipo de vegetação e da reincidência.

O Código Penal Brasileiro, no artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), prevê pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa, para quem provocar incêndio em mata ou floresta.

Além das penalidades financeiras e criminais, o infrator pode ser obrigado a restaurar a área degradada, o que inclui a replantação de espécies nativas e a recuperação da vegetação natural. 

Qualquer cidadão pode denunciar a queima ilegal de mata às autoridades competentes, como o IBAMA ou a polícia ambiental.

Temos uma legislação ambiental muito forte em nosso país, porém os dados estatísticos para punição, mostram que o Brasil continua queimando e os infratores seguem ilesos.

Seguiremos por mais 100 anos com essa cultura rudimentar de colocar fogo em mata?

Esperamos que não!!