Quem CONTAMINOU meu queijo?
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Quem CONTAMINOU meu queijo?

O consagrado livro “Quem mexeu no meu queijo?” do Dr. Spencer Johnson é uma relevante obra sobre a gestão da mudança pessoal e profissional. Tem produzido valiosas discussões desde que foi publicado há mais de 20 anos e traz em sua essência uma preocupação legítima das pessoas e organizações: Por que as mudanças acontecem?

Uma mudança histórica que ocorrida no Brasil é a época iniciada na “Política Café com Leite”, expressão que resume o arranjo político entre oligarquias produtoras de Café e Leite, de São Paulo e Minas Gerais, no período entre 1890 e 1930, garantindo aos dois estados mais ricos e populosos à época, indicar o mandatário da nação. Esse arranjo MUDOU. Foi encerrado com a Revolução de 1930 e chegada de Getúlio Vargas ao poder.

Embora atualmente o projeto político vigente do Brasil não tenha o viés geográfico e financeiro como principais norteadores, uma mudança econômica muito significativa aconteceu ao longo do tempo. As riquezas produzidas são menos concentradas na Economia Primária, tendo indústria da transformação e serviços como grandes geradores de riqueza no país. Mudança boa. Indica que já caminhamos alguns passos em direção ao desenvolvimento econômico mais amadurecido.

Se aquela concentração de riqueza produzida por café e leite ainda fosse uma realidade, Minas Gerais seria uma notória potência econômica, mas felizmente (inclusive para nós mineiros) a base da economia do país é mais diversificada, e tanto café quanto leite, são largamente produzidos em várias regiões do Brasil. No caso do leite, é processado em um parque industrial que vem se modernizando a cada dia, através de processos com alta produtividade e qualidade. Os resultados são: variados leites UHT, manteigas, queijos premiados, leite em pó, creme de leite, doce de leite, iogurtes e tantos outros produtos que atendem ao mercado interno e muitos são exportados.

Essa grande indústria está frequentemente exposta a riscos de contaminação, que são contingenciados através de um rigoroso controle de qualidade, que extrapola o território da fábrica e alcança transportadores, postos de coleta e produtores. Tudo para garantir produtos lácteos com excelência. Os riscos relacionados a pragas precisam entrar nessa equação, com um programa capaz de manter principalmente moscas, baratas, formigas, roedores, carunchos e pássaros afastados das áreas produtivas e cadeia de distribuição.

Inseto aderido à massa do queijo

Mas como lidar com a forte atratividade gerada pelas características da principal matéria-prima? Afinal o leite in-natura, fermentado, cozido ou em pó tem um potencial atrativo extremamente elevado. Como evitar que uma mosca prolifere no ETE, e contamine a manteiga, ou um roedor migre para a área de almoxarifado, ou um pássaro estabeleça seu abrigo na plataforma de recebimento? Tecnologias como inseticidas formulados com hormônios atrativos a moscas, e repelentes magnéticos contra pombos são alguns dos recursos atualmente disponíveis e raramente explorados pelas empresas dedetizadoras.

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Não existe resposta isolada, mas gestão integrada de limpeza, manutenção predial, barreiras físicas bem dimensionadas e uso racional de inseticidas/armadilhas compõem a estratégia com melhores resultados, com foco no food safety. O controle de pragas em laticínios envolve muito mais análise e ação sobre pontos críticos do que aplicar praguicida. Uma rotina de vigilância garante mais resultados do que execução isolada de aplicações químicas.

Trata-se de uma mudança relevante. Alguns laticínios ainda mantém a visão do controle químico isolado, em detrimento da implantação de um programa contínuo de vigilância. Talvez a inspiração trazida pelo Dr. Spencer Johnson no livro “quem mexeu no meu queijo?” traga uma visão mais atual para evitar o surgimento da outra pergunta: QUEM CONTAMINOU MEU QUEIJO?

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