Quem disse que há violência na escola?

Quem disse que há violência na escola?

Em uma sala com 30 (trinta) alunos de uma escola pública, encontram-se todo o tipo de perfis. Pode-se deparar com aquele envolvido em problemas familiares que adota no consumo de drogas, seu refúgio. Pode-se esbarrar com aquele que está enfrentando a pobreza extrema e mora em uma casa que não está adequada à seu abrigo. Daí, nem se fale de sua privacidade para ler e estudar! É evidente que não tem! O dinheiro escasso sequer dá para comprar alimentos que poderiam tornar saudáveis suas funções vitais. Adunados a tudo isto, o desemprego, a paternidade e a maternidade precoce, surpreendentemente vem à tona. Sem preparo algum vivem à bancarrota. Muitos vão à escola pela obrigação da lei e não veem perspectivas para suas vidas. Há aqueles que, impulsionados pelos seus pais, cumprem as regras de estudarem e conseguirem as melhores notas. Enfim, são muitos, os personagens que serão encontrados na escola e o docente não está imune a trabalhar ao lado da violência, seja, em grau menor ou maior, por conta da diversificação da educação familiar de cada discente. Prefere-se pensar que em escolas particulares e “militarizadas”, a violência ocorre com menos frequência, devido ao fato, que estes alunos podem ser seletos.

O professor, por sua vez, tem dupla finalidade, se quiser cumprir sua missão: disseminar conhecimentos e ensinar jovens à viver em sociedade. Fato é, que não é uma tarefa simples, porque, para isso, se exige maior interação entre professores, alunos e pais.

Algumas ações devem ser constantes para inibir uma violência específica, a externa à sala de aula. Destaca-se o policiamento e a supervisão escolar, a fim de evitar roubos, assaltos, violência sexual, agressões de qualquer espécie, sejam elas verbais ou físicas, pois destas condições, não há muito o que fazer por parte do professor. Esta violência é um fator surpresa, que pode acontecer dentro de seu ofício. No entanto, no que tange à estar em contato direto com seus alunos, ele poderá ser um agente transformador, influenciador, incentivador, persuadindo à elevar a condição de um aluno de nível de convívio social medíocre, para um de melhor.

Sabendo que a diversidade psíquico-social, presente em sala de aula é fruto da educação que cada um traz de sua educação familiar, o professor deve se sensibilizar com sua conduta, tendo uma visão holística de tudo o que tem em suas mãos, percebendo problemas ocultos em cada canto da sala. Ele estará visualizando alunos muito quietos, outros ostensivos, por vezes, querendo falar com intensidade ou alguém solicitando um tempo para conversa e desabafo e em raras exceções, se aponta alguém sabendo o que quer para sua futura vida e procura destemidamente mais conhecimentos, necessitando de uma ajuda particular do professor.

Nesta hora, toda vaidade cai por terra. Não importa títulos, nome da universidade pelo qual o professor tem sua formação. Nada interessa neste momento. Não há diferença para um aluno, que desde tenra idade já se sente segregado pela sociedade. Se o professor não se aperceber de tal situação, ele poderá ser vítima das ações de violência praticadas por alguns alunos, que por vezes podem simplesmente querer chamar atenção para si, diante de suas vidas repletas de carência. Sabe-se que tais atitudes não são adequadas, mas para estes, a vida é vivida como se nada tivesse a perder. É lastimável? sim! Mas, é a realidade que encontra-se em muitos ambientes escolares.

O professor neste sentido, jamais deve humilhar, ter preconceitos e desrespeito para qualquer de seus alunos. Por mais complicado que seja, estas ações jamais devem partir dos professores, pois, podem pagar pelos seus atos. Devem ser firmes, confiáveis em suas atitudes, justos em seus princípios e se porventura atitudes violentas advirem ao seu ambiente de trabalho, deixa-se bem claro que punições são realizadas por extrapolar uma conduta, um desrespeito óbvio das regras do bem viver em sociedade.

A aquisição dos saberes por parte dos alunos será diferenciada e as tais notas de aproveitamento devem ser dadas como prêmio aos alunos, porém, o professor deve estar ciente que muitos não conseguirão notas pelo método convencional, o que leva a se aproximar mais destes, verificando suas necessidades, seus bloqueios e provendo meios de aprendizagem e conquistas de notas, sem desfazer de suas capacidades, estimulando-os à serem indivíduos melhores. As vezes um desestímulo, uma falta de atenção e carinho, que fazem o aluno não ter notas suficientes, será motivo de violência.

O que mais se espera de uma aluno, às vezes, é a sua sociabilização para sua entrada no mercado de trabalho, conectar relações amigáveis, formar personalidades, aprender a ter iniciativa para conseguir atingir seus sonhos. Ao professor cabe transformar vidas e sabedor da carga psíquica que seus discentes possam ter, deve lecionar de forma a tornar agradável, claro, facilitado, prático, somados a inúmeras atividades que evitem acima de tudo conflitos.

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