Quem não comunica, se estrumbica!

Sempre acreditei em planejamento, processos e prescrições.

Aliás, faz parte da natureza humana. Quer algo mais confortável do que uma receita? Basta seguir e pronto! O resultado será conhecido, maravilha! Agora é questão só de trabalho duro, foco, força e, por que não, fé!

E foi com esta mentalidade que abordei a gestão de projetos lá nos idos de 2006, tipo, se eu planejar bem, e trabalhar diretinho, cercar todos os riscos, comunicar, respeitar o escopo, buscar a qualidade, fazer o "em nome do pai" e tudo o mais o projeto dará certo.

Só que não.

Intuitivamente, perante sucessos e insucessos e bem antes da ficha do agilismo cair, passei a "cuidar" de perto dos projetos - esta era a única forma que via de melhorar as chances de sucesso.

Eu disse, "chance de melhorar" pois garantir, necas! Sem a menor chance.

E o que é cuidar de perto? Poderia escrever um livro sobre como "cuidar de perto" de um projeto, mas se tiver que escolher uma única palavra, é esta: comunicação - tá bom, neste ponto você vai dizer que é simplificar demais, mas no fim das contas... é isso mesmo!

Daí chegam os novos tempos do agilismo. Novos? Um negócio que foi criado em 2000? Bem, é aquele tempo de maturação de quase tudo na vida, mas essa é outra história. O fato é que cedo ou tarde a gente debruça em cima de novos frameworks e novas formas de abordagens, de gestão, de pensamento e por aí vai, naquela busca pelo Santo Graal.

Haja fé!

Daí a gente começa a perceber e se questionar, "Uai? (sou mineiro), será que isso funciona mesmo?" e a gente começa a fazer benchmarking, a testar daqui, dali, conversa com gente que se deu bem, que se deu mal e começa a ver que é tudo um pouco mais do mesmo só que de um jeito diferente, mas que também não garante nada (agilistas xiitas irão me crucificar!).

Neste ponto a gente se afasta um pouquinho do quadro e pensa "será que não deveria ter escolhido outra coisa?", mas já que gestão é um tipo de cachaça, a gente dá mais um gole, faz aquela retrospectiva geral e, quase sem querer, mas querendo, olha a gestão tradicional e compara com a gestão ágil, pensa em tudo que já deu m... voltam milhares de "fitas" na cabeça da gente, dá aquela vontade de escrever zilhões de coisas...

... e conclui o quê?

Comunicação!

No fundo no fundo, todas (ou quase a totalidade) das melhorias são no sentido de aperfeiçoar a comunicação, seja ela no sentido de torná-la mas frequente, mais orgânica, mais autônoma, mais responsável, mais direta, mais franca, enfim,

Comunicação!

Daí é quase impossível não lembrar do famoso bordão das tardes de domingo!

E pensar que no fim das contas, sendo tradicional ou ágil, certo mesmo estava era o saudoso Chacrinha, o nosso Velho Guerreiro:

"Quem não comunica, se estrumbica!"

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