Quem vê cara, vê ideia?
O mito dos empreendedores nerds e excêntricos.
A série norte-americana Silicon Valley aborda a história de programadores em busca de uma carreira de sucesso no Vale do Silício. Não é mais uma biografia do Jobs e nem uma versão filmada da história do Gates, do Page ou do Zuckerberg, mas alguns dos estereótipos criados a partir daqueles que obtiveram muito sucesso nas últimas décadas aparecem na tela.
Quanto mais inteligente mais desajeitado? Um dono de startup tem que ser jovem? Ideias são momentos mágicos que acontecem pouquíssimas vezes somente para pessoas com mentes brilhantes?
A imagem inventada em torno dos jovens que tornaram-se milionários com suas ideias inovadoras provavelmente responderia as perguntas acima com um sonoro sim. Afinal, as personalidades mitificadas dos milionários vindos das garagens criou um mito, uma cultura do que é ser empreendedor.
Padrões nascem da observação de uma repetição, mas assumi-los como regra é um risco. Por exemplo, acreditar que todo empreendedor é jovem pode reduzir a chance de conseguir investidores para quem não está nos 20 e poucos e tampouco saiu da faculdade ontem.
Deixando claro que não estamos pregando que ser compatível com a descrição é demérito. Só estamos propondo um olhar mais amplo, uma perspectiva que reconhece o êxito de visionários como inegável, mas que também abre o leque para além do que está sendo convencionado como perfil.
Este olhar menos taxativo permite identificar características comuns a maioria dos empreendedores. Há mais do que óculos e jeans despojado, há liderança, determinação e criatividade.
Entender que algumas qualidades se repetem, mas não são exigências, possibilita a compreensão de que existem diversos perfis empreendedores que se adaptam às iniciativas. Alguns têm ideias, outros executam ou administram ou lideram…
Talvez a televisão e o cinema não enxerguem tanto charme nas histórias daqueles que pouco a pouco construíram seus negócios ou não vejam romance em ideias que não ganharam o mundo, mas há mercado para quem quer romper o óbvio e vislumbra uma oportunidade através de uma ideia.
Conteúdo originalmente publicado no blog da Triple Seven Accelerator.