Quer um conselho? Invista nelas!
Como contei por aqui há algumas semanas, em janeiro assumi meu terceiro mandato como Conselheira da 5àsec Brasil. No mandato anterior, era a única mulher entre os 10 conselheiros . Agora, somos 3 conselheiras - algo bem raro mundo afora e que reforça minha satisfação de estar em uma empresa onde as mulheres têm espaço.
Mas isso está longe de ser regra no mercado. Por isso, a maior presença feminina em algumas empresas deve ser comemorada, sim, mas com cautela. Apesar das inúmeras campanhas e, mais recentemente, de todas as políticas embaladas nas ações ESG, o mundo corporativo, de um modo geral, ainda está muito longe da tão desejada paridade.
Segundo um estudo global realizado anualmente pela Deloitte em 51 países, entre eles o Brasil, uma média de apenas 19,7% dos assentos nos conselhos são ocupados por mulheres. E se a taxa de crescimento dos últimos anos se mantiver, a expectativa é que alcancemos algo próximo da paridade apenas em 2045!
Segundo o IBGE, as mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil. Outra pesquisa, realizada pela consultoria TRIWI, mostra que 81% das empresas têm salários mais altos para homens do que para mulheres. Conclusão: precisamos de políticas mais eficazes para alcançar a igualdade entre mulheres e homens nas empresas, que incluam equidade na quantidade de funcionários, no percentual de líderes e no valor dos salários.
Quando isso acontecer, a presença feminina nos conselhos certamente aumentará. E, eventualmente, um conselho de empresa composto apenas por mulheres não será motivo de espanto, curiosidade ou admiração. Como hoje não o são os conselhos puramente masculinos.