A quinta revolução industrial está a caminho
Juliano Heinzelmann Reinert, professor da Católica de Santa Catarina. Revisado, editado por Daiane Vieira.
As máquinas inteligentes já são uma realidade e começam a desenhar um novo cenário, tanto dentro quanto fora das linhas de montagem. A tecnologia evolui tão rapidamente que a era da “Indústria 4.0”, debatida por especialistas em todo o mundo, já está dando lugar à “Indústria 5.0” - um conceito relativamente novo que começará a se tornar realidade na Europa a partir de 2020.
Os dois níveis dessas “novas Revoluções Industriais” preveem uma série de mudanças que tem como alicerce a conectividade e a inteligência; porém, a quinta geração é mais focada na colaboratividade e na relação simbiótica entre o ser humano e a máquina – ou seja, as duas formas de inteligência convivendo normalmente. É a união entre as habilidades inerentes do ser humano com tecnologias que nos ajudarão a ser melhores no que fazemos, evitando erros e tornando-nos mais produtivos.
Essa mudança exigirá de todos nós uma nova forma de pensar. Afinal, não ficará restrita ao interior das fábricas inteligentes e impactará em toda a sociedade, começando pelo mercado de trabalho. Serviços manuais e repetitivos serão, aos poucos, executados somente por robôs, ficando os humanos responsáveis por tarefas que exijam emoção, pensamento crítico e criatividade.
Como professor da Católica de Santa Catarina e palestrante, sempre digo que o profissional do futuro deverá se especializar em sua área de aptidão e saber lidar com a tecnologia, enquanto a máquina servirá como um apoio para ajudá-lo a trabalhar melhor. Isso significa que deveremos estudar e nos atualizar durante toda a nossa vida, ou seja, estarmos sempre abertos a aprender coisas novas.
As empresas e o governo também precisam mudar seu modelo mental para se adaptar a essa realidade. Comercializar menos produtos e mais serviços personalizados, investir em infraestrutura (rodovias, internet rápida, conexão via satélite) e em educação são tão necessárias quanto a automatização em si.
Na era da conectividade, a sociedade só conseguirá evoluir se todos os setores se adaptarem e trabalharem juntos para acompanhar as mudanças tecnológicas que estão a caminho.