RAÇA E ETNIA: UM OLHAR INTERSECCIONAL
1GRACIELE DA SILVA BRIGAGAO , 2ROGERIO AMADOR DE MELO, 3CLAUDIA LOPES PERPETUO 1Acadêmica do curso de Psicologia - PIC/UNIPAR - Umuarama 2Docente da UNIPAR 3Docente da UNIPAR Introdução: O conceito de interseccionalidade passou a ser considerado a partir de 1980, criado por feministas negras, com finalidade de ser uma ferramenta teórica-metodológica para ativistas e teóricas feministas, com o plano de redemocratização, com a busca da extinção das desigualdades sociais e em busca da cidadania igualitária. A interseccionalidade de acordo com Rodrigues (2013), focaliza em que medida gênero, raça e classe social interagem com a realidade sócio material da vida de mulheres na (re)produção e transformação de relações de poder. Objetivo: Discutir o marcador social raça/etnia a partir do conceito de interssecionalidade. Desenvolvimento: O conceito de interssecionalidade tem como público alvo, a mulher negra, onde conforme Taquette (2010), as mulheres negras são as mais prejudicadas pelas políticas macroeconômicas neoliberais, pois elas muitas vezes têm poucas chances de concorrer no mercado de trabalho, pelo fato das mulheres serem as principais cuidadoras da família. Os apontadores da saúde da população negra são reveladores das desigualdades raciais. A autora supracitada afirma que as manifestações de discriminação acabam gerando um grande sofrimento, pois quando as mulheres negras são questionadas, sobre filhos e casamento, fica evidente a vontade que elas têm de deixarem de ser negras, para não serem mais rejeitadas pela sociedade. “Em pesquisas feitas, verificou-se que as meninas negras se esforçam para alterar suas características raciais buscam alisar e alongar o cabelo e o pintam de loiro. Ser preta significa ser feia, suja, fedorenta, do cabelo ruim, ‘beiçuda’, ladra e incapaz. Para não sofrerem e serem aceitas, principalmente pelos homens, querem ser brancas. Muitas adolescentes passam a vida mordendo os lábios na intenção de reduzir seu tamanho, colocam pregador de roupa no nariz para afiná-lo e evitam comer feijão para não ficarem mais pretas” (TAQUETTE, 2010, p. 60). E partir disso a interseccionalidade dá a nitidez às várias formas de ser uma ‘mulher’ sem nenhum reducionismo e sim um unificador comum mas sem apesar disso, “resvalar para um relativismo que desloca as relações de poder envolvidas nas diversas formas de opressão, transformando-as em mero objeto de disputa discursiva”. (RODRIGUÊS,2013, p. 6) Conclusões: O Conceito de interssecionalidade surgiu para viabilizar e questionar os marcadores sociais que as mulheres negras são rotuladas. Sendo uma ferramenta teórica-metodológica para ativistas e teóricas feministas negras, abrindo o pensamento a interseções entre gênero, raça e classe, fugindo de interpretações essencialistas ou reducionistas. Referências: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: RODRIGUES, C. Atualidade Do Conceito De Interseccionalidade Para A Pesquisa E Prática Feminista No Brasil. Seminário Internacional Fazendo Gênero 10(Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. Disponível em . Acesso em 05 de maio de 2015. TAQUETTE, S. R. Interseccionalidade de Gênero, Classe e Raça e Vulnerabilidade de Adolescentes Negras às DST/aids’. Saúde Soc., São Paulo, v.19, supl.2, p.51-62, 2010. Disponível em . Acesso em 05 de maio de 2015