RAIZES DO ATRASO INDUSTRIAL DO NORDESTE
1 - Fatores naturais.
No inicio do seu primeiro romance, José de Alencar exclamou : " Além, muito além daquelas serras nasceu Iracema" Visto de Messejana, distrito de Fortaleza onde Alencar nasceu e se criou, "além daquelas serras", é o Sertão, morada dos bravos descendentes do índio Potí, povo valente e forte, que, abandonados à própria sorte, enfrenta as secas com coragem nunca vista por outros habitantes do Brasil. É um povo que merece o respeito e a admiração dos brasileiros..Estamos aguardando o apoio dessa gente, sem o que nunca teremos, para o sertanejo, as políticas públicas anunciadas desde o Presidente Juscelino Kubitshec
Infelizmente, meio século depois de ter sido lançada a Operação Nordeste, e de ter sido gestada a famosa SUDENE, o Semiárido nordestino ainda se recente das dificuldades inerentes a um imenso bolsão de pobreza. Isto porque, aqui, a seca costuma interceptar o desenvolvimento e corroer-lhe as bases de sustentação, alem de ser extremamente desumana...
2- Fatores históricos
Tentando proteger a produção açucareira de Pernambuco ante a fortíssima concorrência de São Paulo e Rio, o IAA passou a fixar cotas de produção por estados, a partir de 1934, sendo assegurada a Pernambuco uma cota de 3,7 milhões de toneladas, 45,8% do total. No entanto, os Estados do Centro-Sul continuaram aumentando sua participação na produção nacional do produto. Diante disso, o IAA criou uma taxa que passou ser cobrada sobre o adicional de produção do Centro-Sul, fazendo uso dessa taxa para subsidiar a exportação dos Estados do Nordeste. Mas os Estados do Sul continuaram neutralizando o protecionismo do IAA, mediante métodos produtivos no cultivo e administração da seara. Assim, quando a conjuntura internacional cobrou a necessidade de se industrializar o Brasil, encontrou aqueles Estados com maior capacidade de investimento, e esta Região passou a perder posição relativa no valor da transformação industrial. Entre 1919 e 1939, a participação do Nordeste caiu de 16,1 para 10,4%, enquanto a de São Paulo cresceu de 31,5 para 45,4%. E cresceu a penetração de produtos industriais de São Paulo no mercado nordestino.