(Re) descobrir a Amazônia Sustentabilidade, investimento e economia verde.
Diplomacy, Business & Entrepreneurship 10

(Re) descobrir a Amazônia Sustentabilidade, investimento e economia verde.

Quando em 1637, o desbravador português Pedro Teixeira realizou uma expedição pela Amazônia, de Belém até Quito no Equador, jamais imaginaria que aquela terra da qual estava tomando posse para a corôa portuguesa, seria no futuro, o correspondente a quase 50% das terras do Brasil e que ali repousava um tesouro escondido, num conjunto de infindáveis riquezas para os novos desbravadores.

Hoje a Amazônia não pertence mais a Portugal, porém a relação de Portugal com a Amazônia é muito mais próxima do que se imagina.

A região amazônica sempre possuiu laços estreitos com a corôa portuguesa tanto que o Pará por exemplo, foi a última província a aderir à independência do Brasil em 1822. É na região amazônica que se fala o português mais parecido com a língua mãe, onde se encontram uma das maiores colônias portuguesas e de luso descendentes na atualidade, e por fim, muitas cidades na região possuem nomes de cidades e localidades portuguesas, por exemplo, Santarém, Óbidos, Aveiro, Bragança e a própria capital do Pará (Belém).

Como vimos acima, o legado português na região foi imenso e o vínculo que une essas duas regiões permanece ainda vivo, pois é quase certo, que você que está lendo esse artigo em Portugal, tenha um parente distante em algum lugar na Amazônia Brasileira.

Desta forma, investir no Brasil e em especial na Amazônia, se torna uma tarefa muito mais prática e fácil, até mais que em países da própria comunidade Europeia, por fatores como: Língua, legislação, proximidade cultural e comportamental, etc. Um português ou uma empresa estrangeira, pode investir ou adquirir terras no Brasil por exemplo, desde que atenda a legislação vigente e a partir daí uma miríade de investimentos e negócios sustentáveis podem surgir.

É claro que quando se fala em investir na Amazônia logo remete se ao imenso foco mundial na preservação da floresta, tanto que a região acaba sendo o centro do debate mundial acerca das mudanças climáticas, sendo a cidade de Belém, a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30, que será realizada em em 2025. Porém, ainda existem várias oportunidades de investimento no chamado “ouro verde” que são negócios que não agridem o meio ambiente, com uma enorme gama de oportunidades para investir, com a consciência que estarão contribuindo para preservação da floresta.

São várias as oportunidades de investimento em negócios sustentáveis que já se tem vindo a destacar, tais como a aquisição de terrenos de área fértil ou construção de Imóveis urbanos, evidenciando o setor imobiliário em franco crescimento. O investimento no agronegócio, com a aquisição de imóveis rurais geram ainda valor agregado ao mercado de crédito de carbono ou de servidão ambiental. Estas grandes propriedades de terra são áreas que podem ser destinadas à compensação da reserva legal, por exemplo.

Outro setor em franca expansão é o de energias renováveis, com ênfase na energia solar, onde a proximidade da linha do equador é uma vantagem. Muitas das transações imobiliárias rurais, tem sido por grandes grupos nacionais e internacionais, cujo core business é a produção de energias renováveis fotovoltaicas.

Outro setor da economia verde, o turismo sustentável, tem sido um expoente na região, através da exploração dos polos de ecoturismo da região como por exemplo a zona conhecida como Amazônia Atlântica ou a chamada região do salgado. A cidade de Salinas é um destes exemplos, onde a beleza natural e quase intocada da natureza e do ecossistema, tem atraído além dos turistas, grupos de resorts e investimento de peso, que estão a mudar a economia da região, com um crescente boom imobiliário. Podemos citar outros exemplos de belezas naturais com a exploração do turismo de preservação ambiental. Alter do Chão, localidade próxima a Santarém, por exemplo, é conhecida como o Caribe amazônico, com paisagens únicas, que não deixam nada a desejar a destinos mundialmente conhecidos como paradisíacos. Esta localidade já segue o ritmo de exploração turística sustentável dos eco resorts de Manaus, por exemplo.

De uma riqueza incomensurável, seja em matérias-primas, nos minérios, na beleza das paisagens únicas, nos solos férteis, na imensidão territorial, na riqueza gastronômica e cultural, num mercado turístico crescente ou em várias oportunidades de desfrutar e de investir, a Amazônia precisa ser redescoberta pelos europeus e pelo resto do mundo. E que tal começar pelos nossos primeiros descobridores?

Assim como os portugueses desembarcaram para investir em massa na região nordeste do Brasil, em meados dos anos 90, chegou a hora do povo irmão, assim como Pedro Teixeira em 1637, desembarcar novamente na amazônia e descobrir uma nova perspectiva de investimento no Brasil. Fica aqui o convite!


Artigo escrito para a Revista Diplomacy, Business & Entrepreneurship 10 (edição Novembro e Dezembro 2023). Segue link: Calaméo - Diplomacy, Business & Entrepreneurship 10 (calameo.com)

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Mauro Bastos

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