A Rebelião de Stonewall, Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ e o mês da diversidade
Você sabe por que junho é conhecido como o mês da diversidade? Talvez você tenha ouvido falar disso por ser um assunto que tem sido amplamente discutido nas redes sociais e na mídia. Mas se você não sabe, tudo bem! Vou te contar de uma forma resumida.
A Rebelião de Stonewall, ocorreu em 28 de junho de 1969 (há 54 anos atrás!) no bar Stonewall Inn, em Nova York e foi um marco na luta pelos direitos LGBTQIAPN+. Na época, a comunidade LGBTQIAPN+ enfrentava constantes perseguições e discriminações por parte das autoridades. Durante uma batida policial no bar, frequentado majoritariamente por gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, as pessoas decidiram resistir e enfrentar a violência e opressão. Um monte de gente apanhou, um monte de gente bateu.
Esse evento foi um ponto de virada ao dar origem a uma série de protestos e manifestações, impulsionando o movimento pelos direitos LGBTQIAPN+ e abrindo caminho para conquistas importantes no combate à discriminação e na busca por igualdade. A Rebelião de Stonewall é considerada um momento histórico que simboliza a resistência e a luta pelos direitos e reconhecimento da comunidade LGBTQIAPN+.
Mas, com o passar do tempo as grandes marcas foram percebendo que a população LGBTQIAPN+ tinha bem mais do que direitos. Muitos, sucedidos em suas profissões, sem família para criar, eram consumidores de alto potencial.
Todas as grandes empresas internacionais, digamos assim, se deram pela conta do fato. Desde empresas de roupas até as de tecnologia. Este ano, por exemplo, a Microsoft anunciou a campanha Make Pride, com iniciativas que estão acontecendo no Brasil e no mundo durante todo o mês de junho. Isto sem falar nas feiras culturais de diversidade.
Tudo muito politicamente correto. Mas, muitas vezes, nem tanto. Parlamentares russos apoiaram em 2022 um projeto de lei que pode ampliar uma proibição existente da promoção de propaganda LGBTQIAPN+ para incluir pessoas de todas as idades, uma medida que os críticos veem como uma tentativa de intimidar e oprimir ainda mais as minorias.
Mas, a boa notícia é a de que a mentalidade das pessoas em relação ao tema vem melhorando com o passar do tempo. Uma pesquisa ampla feita em 30 países, incluindo o Brasil, pela Ipsos (uma empresa global especialista em pesquisa de mercado e opinião pública), revela que o apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo variou de 49% a 80% nos 20 países onde a união é legalizada. Por aqui, o número é de 51%.
A pesquisa identificou que a visibilidade da comunidade LGBTQIAPN+ cresceu nos últimos dois anos. Globalmente, em média, um em cada dois adultos relata ter um parente, amigo ou colega que é gay ou lésbica.
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A visibilidade varia muito entre os vários países, mas é mais baixa no Japão, Coreia do Sul, Turquia e Europa Oriental. 67% concordam que as pessoas transgêneros enfrentam preconceito, e 76% concordam que elas devem ser protegidas contra a discriminação em emprego, moradia e acesso a negócios.
O número de matrimônios entre casais homoafetivos registrados no País chega a 76 mil até abril deste ano. Em 2013, foram 3,7 mil celebrações. Os números são da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), base de dados nacional de nascimentos, casamentos e óbitos administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais ( Arpen-Brasil ), entidade que reúne mais de 7 mil Cartórios de Registro Civil.
Os matrimônios entre casais femininos representam 56% do total de casamentos homoafetivos no Brasil, tendo sido realizadas 42.872 celebrações deste tipo em cartório. Em 2022, foram 6.793 cerimônias, aumento de 21% em relação ao ano anterior. Já o maior aumento das oficializações entre as mulheres se deu em 2018, com crescimento percentual de 64%. Já os matrimônios entre casais masculinos representam 44% do total de casamentos homoafetivos do País, tendo sido realizadas 33.558 celebrações em cartório. No ano passado foram 6.194 cerimônias, aumento de 72% em relação ao ano anterior.
O que eu acho disto tudo? Na realidade, não deixam de ser boas notícias. O tema é sempre muito delicado, mas ainda requer uma certa reflexão. Com os programas de ESG em desenvolvimento nas grandes empresas, o quadro deve melhorar ainda mais. Mesmo aos poucos, as perspectivas de novas vozes vão chegando em boa hora. Pensadores, cineastas, escritores, artistas, com audácia, estas personalidades trazem coisas novas.
E que sejam novos - e sempre bons - tempos.