Televisão versus internet, quem ganha a audiência de grupos minorizados?

Televisão versus internet, quem ganha a audiência de grupos minorizados?

Coloque nos comentários quem conseguiu ficar mais de uma hora assistindo algum programa de televisão nos últimos tempos. Eu, particularmente, teria muito medo das respostas. Mas, infelizmente elas estão lá, escritas. 

Uma palavra domina a opinião alheia sobre os programas de TV da atualidade. Chato. Isto mesmo, chato. O sinônimo em questão pode soar antipático, ferir egos. Na melhor das hipóteses. Na pior delas, o que já está acontecendo, é uma reformulação “a fórceps” das grades das programações, demissões em massa (mascarada pela tal reformulação da marca) e fuga de anunciantes de peso. A cereja deste bolo, que só desanda, é a economia que patina, não vai pra frente e, pra lugar nenhum, a falência de grandes redes varejistas e a ameaça de tecnologias como a Inteligência Artificial. 

Vamos então relativizar. Quanto custa para uma grande rede de televisão colocar um programa no ar diariamente? Contabilizando repórteres, produtores, apresentadores, maquiadores, roteiristas, e muitos outros. Um verdadeiro caminhão de dinheiro. Será que o retorno é válido? Agora, vamos a outra realidade. Internet e redes sociais. Mais precisamente o YouTube. Custos de produção. Se for gerenciado por um profissional da comunicação com conhecimento de conteúdo, pauta, um tanto de bom gosto, tecnologia e criatividade, praticamente zero. Ou melhor, a conta de luz e a internet. Se o que for dito, escrito ou mostrado cair no gosto do público, os rendimentos podem valer milhões. Como assim? Simples. A linguagem televisiva não atinge nenhuma geração, já não faz mais o mínimo sentido. Não encanta. Não faz rir, não faz chorar, assustar ou pensar. Nada. E vamos combinar, não dá para a vida ser tão chata assim né. 

Vamos pegar como exemplo o YouTube. Em apenas alguns anos, os mais famosos alcançam a soma de milhões de seguidores. Vamos deixar de lado os jogos digitais. Isto é um caso à parte, no meu entendimento. Estamos falando em um universo que atinge em cheio o grande público. Incluindo as minorias e assuntos que seriam considerados tabu em rede aberta. E o que falar do sucesso estrondoso da Rita Von Hunty? Ou do sexólogo pra lá de debochado Mahmoud Baydoun que nos faz revirar os olhos de tanto rir ao ensinar a fazer sexo da forma mais pedagógica possível. Ou da super querida Thais Rory, uma excelente contadora de histórias criminais, ou então dos coachs de relacionamento Diego muda vidas, Ítalo Ventura, Will Nascimento, e por aí vai, todos com, no mínimo, 100 mil visualizações por dia a cada vídeo postado. Imagine você quanto dá este número por semana, mês ou ano. Qual a fórmula do sucesso, fica a pergunta. São pessoas comuns, com um dom - e muito estudo - da oratória, simpatia e cativantes, que falam coisas normais do cotidiano. Desprovidos da aura de grandes estrelas, suprem as nossas necessidades de dúvidas e questões que rondam o cotidiano de meros mortais. E o que é melhor de tudo isto. Eles falam também, e muito bem, para as minorias. A competitividade é alta, sim, mas os mais preparados ficam. 

Dá para aprender a fazer pizza e salvar casamento com um celular no ponto do ônibus, na fila do banco ou na sala de espera do médico. 


Simples e prático.

Luceli Mota

Project Management at RM CIA 360 - Mentora e Palestrante em Saúde Mental / Sustentabilidade e Letramento D&I

1 a

Muito verdadeira sua descrição dessa realidade, Tomaz! As coisas estão realmente diferentes!! Tbm e principalmente para as formas de entertenimento e informações.

É verdade que a televisão não atinge mais o público que antigamente. Por muito tempo foi um ramo sem competição direta, os líderes do mercado do entretenimento diário. No entanto, depois da revolução da internet, o modelo não faz mais sentido. Ninguém quer se prender a programações de canais quando pode simplesmente fazer sua própria programação quando e onde quiser. Inclusive, esta é uma mudança notada por estes grandes veículos. Atualmente eles têm grande presença em redes sociais e a maioria já criou suas plataformas de streaming para se ajustar ao mercado. É o antigo se reinventando e se adaptando aos novos modelos. Como você mesmo disse: os mais preparados ficam. Aos outros, resta o esquecimento.

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