Recebi o Censo 2022 em Casa
Confesso que eu, que sou comunicadora, para compor meus textos busco sempre respaldo em pesquisas exatamente para não publicar fake news e sempre ter um aval de credibilidade, estava bastante ansiosa para receber este ano a recenseadora em casa. Todos os dados que encontro são relativos a antes, ou de 2019. Acontece que Pós Pandemia a sociedade mudou, os hábitos mudaram, o mundo mudou. O isolamento influenciou as relações no varejo, no mercado de trabalho, até nas relações familiares e pessoais. Enfim, temos um novo mundo, uma nova geografia humana, para se falar o mínimo.
Por isso lamentei imenso quando soube da retirada de verba do IBGE porque sabia que isso refletiria bastante na busca por dados mais atualizados deste novo mundo. Coincidentemente, acabei de ler isso hoje no Valor Econômico, “ uma sequência de empreendedorismo coincidiu com a pandemia de covid-19 e um recorde de 5,4 milhões de novos negócios foram iniciados nos EUA no ano passado, segundo dados do Censo.
Daí quando vi o lançamento das campanhas do novo Censo fiquei mesmo muito feliz. Comemorei e me lembrei de quando lá atrás, na casa dos meus pais, recebíamos a recenseadora (nome estranho este porque traz o prefixo da repetição - e os profissionais nunca são os mesmos - e ela vinha com um caderninho anotando tudo.
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Logo veio a convocação aqui no meu condomínio. Quem quisesse poderia ir ao Salão de Festas para responder ou até mesmo responder online. Eu não, optei que ela subisse, gostaria de me colocar mais à disposição e apresentar a atividade e até mesmo a oportunidade de participar da pesquisa (minha opinião) para meus filhos.
Nada feito, cada um envolvido em suas atividades, mas fiz questão de permitir que ela entrasse para eu responder às perguntas com tranquilidade. Frustração total, as perguntas continuam as mesmas de antes da Pandemia. Nenhuma pergunta sobre quantas pessoas trabalham em casa, por exemplo. O que daria uma radiografia ótima para o mercado de trabalho, o varejo, a cultura empresarial, enfim. Nada, número de habitantes, idade, número de banheiros, previsão de renda mensal... Tudo feito exatamente igual. (Ah, uma coisa mudou, o caderninho deu lugar ao digital) Chocada, como assim? Imagina a oportunidade do Censo em ir à casa de todos os brasileiros e pesquisar dados que envolvem os novos hábitos realizados agora em casa por conta da Pandemia... Sinceramente, decepção total, eu até perguntei para a recenseadora se seria isso mesmo, se ela não precisava saber de mais nada, se a pesquisa não seria mais profunda... Nada. Estava satisfeita, eu nem um pouco. Realmente o CENSO é um RECENSO.