O despertar do feminino
Dentro de uma sociedade marcada pela dualidade e fragmentação, nossa percepção sobre nós mesmos frequentemente segue essa mesma lógica, e acabamos nos perdendo nesse conceito.
Quando nos definimos por uma polaridade e afirmamos ser algo, inevitavelmente também declaramos não ser outra coisa. Esse movimento de exclusão cria rupturas em nossa consciência.
Ao longo da história, passamos por períodos em que valores e sociedades masculinos prevaleceram, marcados pela força e pelo domínio da razão. Mas nem sempre foi assim. Houve épocas em nosso planeta em que culturas matriarcais floresceram, valorizando o feminino. Nelas, a sensibilidade e a sabedoria eram pilares da hierarquia social, e homens e mulheres se organizavam com base em suas capacidades psíquicas.
No entanto, o universo está em constante movimento, e com o passar das eras, os paradigmas sociais se transformam. Assim, chegamos ao auge do patriarcado, onde valores como a razão, a praticidade, a lógica e a força moldaram os rumos da sociedade. Nesse contexto, a mulher, representante do feminino, foi negligenciada e desvalorizada.
Agora, vivemos outro ciclo de reversão. Com a Era de Aquário, estamos em plena transição planetária, um período em que os aspectos femininos estão sendo reafirmados em todos os setores: política, economia, educação, moda, cultura e artes. Essa reconciliação com o feminino não se restringe a um gênero específico. Homens e mulheres, juntos, buscam maior qualidade de vida, desenvolvem a sensibilidade psíquica e compartilham tarefas antes consideradas exclusivas de um ou outro.
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Essa transformação não altera nossas opções sexuais ou a natureza de nossa mente. Pelo contrário, ela completa o que por muito tempo esteve ausente: a integração da essência feminina — a deusa mãe, a fertilidade de ideias, sentimentos que acolhem e promovem o crescimento.
Reconectar-se com o feminino é abrir-se a novas possibilidades, permitindo que energias mais sutis e harmoniosas permeiem nossa alma. E, de forma coletiva, estamos caminhando nessa direção. Vemos isso nas iniciativas pela paz, na valorização da arte nas escolas, na liberdade para homens expressarem emoções, cuidarem de seus filhos e se permitirem gestos de sensibilidade.
Tudo isso reflete a reconciliação com o feminino dentro de cada um de nós. Esse feminino, essa mulher interna, é celebrada hoje. Independentemente do gênero, todos nós carregamos essa energia em nossa essência.
Reconcilie-se com o feminino que habita em você. Deixe brilhar a luz do ser humano do futuro, que já está sendo gestado no berço de uma nova Terra!
Ademildes Rodrigues