Redução da pobreza não basta para reduzir a desigualdade social
É crescente o debate sobre o tema, mas certamente ele deveria ser colocado em pauta para as próximas eleições, buscando mudanças para um dos muitos problemas enraizados em nossa cultura e economia: a desigualdade social.
Reuni aqui três excelentes matérias relativas ao tema, divulgadas pela Rádio CBN e Agência Brasil EBC em datas distintas e realizadas por diferentes profissionais.
A primeira delas foi uma entrevista realizada pelo jornalista Carlos Alberto Sardemberg, na coluna Economia de Quarta, com Mônica de Bolle:
"Reconhecidamente, a desigualdade social prejudica o desenvolvimento de um país."
Uma das frases e constatações mais marcantes é que nos últimos anos em nosso país houve ganho de renda expressivo nas camadas mais pobres, mas também nas mais ricas, ou seja, houve redução de pobreza, mas não a redução da desigualdade social. O Brasil foi incorporado a um estudo desenvolvido por Thomas Piketty, autor do livro "O Capital no Século XXI", que relata este dentre outros pontos correlatos.
A outra matéria foi exibida hoje, apresentando um relatório divulgado pela Oxfam Brasil, intitulado "A distância que nos une, um retrato das desigualdades brasileiras". Em entrevista concedida pela diretora-executiva da entidade, Katia Maia, pode-se observar como ainda estamos distantes de um posicionamento minimamente cidadão:
E a seguir, uma matéria da Agência Brasil EBC que também trata do tema:
"No Brasil, os seis maiores bilionários têm a mesma riqueza e patrimônio que os 100 milhões de brasileiros mais pobres."
Chocante não é?
Deixo aqui a pergunta:
O que pretendemos fazer a respeito nas próximas eleições? Deixarmos que se tratem apenas das mesmas questões difusas abordadas nas campanhas eleitorais ou elevarmos o diálogo às questões relativas ao coletivo, ao país, e o nosso voto, aos representantes que realmente defendam e trabalhem por elas?