Reflexões inconclusivas que não couberam em um post
Foto: Karolina Grabowska por Pixabay

Reflexões inconclusivas que não couberam em um post

Nas minhas pesquisas por conteúdos relevantes de especialistas em diferentes áreas do conhecimento, pessoas que sigo e tenho gostado de ouvir, venho percebendo uma tendência, para a qual só hoje me atentei: o ajuste de conceitos e de atuações profissionais adequadas a estes conceitos. Esclareço que a presença deste tipo de mensagem não é nenhuma novidade, só estou dizendo que só me atentei para isso como uma tendência na "minha bolha" agora.

Talvez porque eu tenha começado, desde novembro do ano passado, a falar sobre #educaçãocorporativa, divulgar serviços de #mentoria e estudar mais sobre estes temas, além de entender um pouco melhor o funcionamento do #linkedin, marcando mais presença profissional nas redes sociais que escolhi usar e aplicando no meu negócio algumas estratégias que ensino (sim, uma pessoa pode ensinar outra pessoa a fazer com excelência algo que ela própria não faz para si, cada caso é um caso, mas isso é outro assunto).

Dito isso, explicarei de forma mais objetiva meu primeiro parágrafo:

Tenho visto diversos conteúdos reajustando os conceitos e as formas adequadas de atuação para #coaching e #mentoring, por exemplo, assim como observei em 2009 e 2010 alguns ajustes sendo feitos publicamente para #consultoria e #assessoria.

Me parece evidente que exista uma reação dos profissionais que conduzem seus trabalhos de forma ética a um aumento significativo de oferta destes serviços por pessoas nem sempre tão qualificadas quanto eles para tal, o que acaba por impactar negativamente a reputação dos serviços, em vez de limitar-se a ficar feio para os ditos desqualificados, de forma que o senso comum começa a dar conotação pejorativa a todos os que oferecem os tais serviços (não respirei aqui, mas vai ficar assim mesmo, rs).

Neste sentido, me parece que não é o sentimento de ameaça pela concorrência que move os "reajustadores" de conceitos, mas a sensação de perda de valor percebido pelo seu segmento de atuação, impactando na perda de valor percebido do seu serviço para o seu público-alvo. Eu faço isso o tempo todo em sala de aula e acredito que quanto mais reajustarmos os conceitos, mais contribuiremos para a qualificação do mercado. Mas até que ponto é produtivo, ou até mesmo saudável, nos preocuparmos em reajustar a atuação do outro?

Não tenho uma opinião totalmente formada a respeito disso, então aceito contribuições. 

Cristiane Galvão, Ed.D.

ESL Teacher | Curriculum Development | Professional Development for ESL Teachers | Education Technology

5 a

Oi Alice, Gostei do seu texto e gosto da sua reflexão sobre o ajustamento dos termos mentoria e coaching, por exemplo. Venho acompanhando essas discussões e elas só me confundem mais, mas na verdade, nunca pensei em me aprofundar no assunto. Foi bom ler seu texto, pois agora vou aprender mais sobre isso. Enfim, o seu texto aborda muitas coisas, e eu gosto disso, mas vou focar-me em duas: a questão da ética profissional e da "concorrência". Penso que com a imensidão de informação que temos nas mãos, devido ao acesso a múltiplos canais de mídias sociais, acabamos nos deparando com todos os tipos de profissionais mesmo. Gosto quando você menciona que “há uma reação dos profissionais éticos”. Na verdade, gosto muito dessa reação, pois ela traz mais valor às discussões. O senso comum talvez fale alto, mas é na prática, quando alguém perceber que pagou por um serviço de baixa qualidade, que vai perceber que foi pura perda de tempo e dinheiro. Enfim, soa óbvio dizer, mas o profissional ético, vai colher os frutos do seu trabalho, seja ele apresentado em social media ou não.  De novo, abordo a questão das mídias sociais, pois é também por elas que acabamos comunicando o nosso trabalho e conteúdo; e é por meio delas que também fazemos propaganda e conectamos com outros profissionais. Na minha opinião, e é o que eu procuro fazer, e ainda estou aprendendo sobre, é que ao invés de ajustarmos a prática do outro, que continuemos a mostrar caminhos, compartilhar conhecimento, guiar e questionar para uma melhor prática.  O retorno sempre vem e aí concorrência é perda de tempo e energia. A concorrência causa exaustão; o bom trabalho traz satisfação. E isso se aplica à educação e à vida. Ao prepararmos os nossos alunos para serem bons e éticos no que fazem, estamos de certa forma "ajustando alguns conceitos" e preparando profissionais que terão um impacto positivo na área de atuação deles. O importante é continuarmos plantando sementes que cresçam como impacto positivo. O resto vem. 

Dayane Fonte

Publicitária | Especialista Comunicação Empresarial e Mídias Digitais | Atua com Gestão de Pessoas

5 a

Que alegria poder ler um texto tão forte e delicado, crítico e generoso, complexo e leve ao mesmo tempo! Enfim, um texto como todos deveríamos ser, hehehe Porque "um todo" coerente só se faz com várias "partes" diferenes. =D Reflexões inconcluídas com sucesso, Alice Galvão! Por mais profissionais inspiradores como você, que nos levam a refletir e continuar refletindo, oremos! ♥ Obrigada por compartilhar! 

Acredito na necessidade de reajustamento vindo do proprio profissional. Como ele é feito é que me preocupa. Essa percepção eu já havia tido em leituras cotidianas. Mas entre ler e refletir há um grande caminho. Você faz uma reflexão que levanta vários pontos. Me centro mais na questão da intenção do profissional ao fazê-lo. Como você citou algumas profissionais mudam os nomes mas não oferecem nada nessa mudança. A readequação deve ser de postura, de conteúdo e apresentação.  A pouco tempo atrás li sobre a banalização da profissão de coaching ou mentoria.  O que é preciso para executar esse trabalho com excelência? Porque acredito que quem vende excelência não pode dar nada diferente. E nessa maré de "profissionais" quem de fato está preocupado em mentorar um futuro concorrente por exemplo? Só quem de fato entende e trabalho sério nesse ramo. Não entendi bem se o que te preocupa é a readequação por imposição da concorrência ou por conta da constante evolução ( e digo quase uma corrida de formula 1)  desse ramo. Então pra você no papel de professora, creio sere mais que aceitavel inquietar seus alunos sempre e portanto inquietar-se a ponto de sempre reajustar termos e atitudes. Afinal destaca-se quem olha além. 

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