REFORMA POLÍTICA, OUTRA PANACEIA?

Na última segunda-feira, assisti ao programa Roda Viva, no qual foi entrevistado o cientista político Antônio Lavareda. Questionado por uma das entrevistadoras, ele declarou taxativamente que, com o sistema político atual, o Brasil não terá garantias futuras de que a corrupção será pelo menos minimizada.

Como agir então, nessa situação? Além das opiniões folclóricas como, por exemplo, propor o retorno da monarquia, temos ainda os saudosistas do golpe militar de 1964. Os quais, por incrível que possa parecer, ainda conseguem adeptos entre os jovens que não conviveram com aquele período assustador da História do Brasil.

Não sou cientista político. Porém algumas ideias que pululam por aqui me atraíram:

1. Voto distrital, que aparentemente resultaria em redução no valor das campanhas política.

2. Coincidência de mandatos. Uma das coisas mais patentes, hoje, é que muitos eleitos ficam nos bastidores se preparando para outras eleições. Aqui em São Paulo, agora em 2016, teremos diversos parlamentares de Brasília disputando a Prefeitura: Erundina, Marta Suplicy, Russomanno, Feliciano talvez. Essa coincidência obrigaria os eleitos a cumprirem pelo menos grande parte de seus mandatos.

3. Cláusula de barreira. Com mais de 30 partidos legalizados, fica praticamente impossível a qualquer um governar, em qualquer esfera de poder.

4. Fim do voto proporcional, com a eleição dos mais votados.

5. Fim das coligações partidárias.

6. Adoção de um limite para os salários de parlamentares; por exemplo, uma regra baseada em alguma multiplicação do valor do salário mínimo. Suponhamos: uns 10 salários mínimos, no máximo, para deputados federais e uns 15 para os senadores. E corte de quaisquer outros benefícios extras. Temos uma plêiade de políticos profissionais no Brasil, que somente se preocupam com os seus bolsos. Além disso, essa remuneração teria que ser aprovada pelo eleitor, em plebiscito.

Outras propostas poderiam ser abordadas ainda. Alguns defendem o Parlamentarismo, outros, como um magistrado que também atua no Jornal da Cultura, propõem limitação de mandatos, também pensando no fim dos políticos profissionais. Por que não introduzir o conceito de zero salário para parlamentares? Eles se reuniriam apenas uma vez por mês e continuariam com suas atividades profissionais.

O que sinto é que do jeito que as coisas estão, não teremos um futuro decente. Novas corrupções surgirão. Sei de gente muito talentosa que não suporta mais o clima político existente e pretende morar em outros países. Eu não farei isso até porque já passei dos 60 anos de idade, mas dá cócegas em aderir a essa atitude.

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