Relações entre gerações babyboomers, X e Y
Recentemente recebi um artigo que avalia a maturidade de gerenciamento de projeto e a sua relação entre gerações: Babyboomer, Geração X / Y / Z.
Hoje parei para ler e alguns pontos secundários me chamaram mais a atenção do que propriamente o objetivo principal do artigo. 2 pontos, em especial, me chamaram a atenção.
Um parágrafo, que compartilho logo abaixo, me chamou a atenção me fez até algumas reflexões por razões que no meu modo de ver são estruturais e a curto prazo arrisco dizer que com baixíssima probabilidade solução. Eis o parágrafo.
"Em pesquisa realizada, os autores apuraram que para membros da geração X, os principais fatores comportamentais dos colaboradores da geração Y que causam dificuldades nas relações organizacionais são: falta de interesse com as metas; falta de atenção no que está fazendo; não respeitar a hierarquia do setor onde trabalha e postura no ambiente de trabalho.
Em contrapartida, as respostas da geração Y com relação à geração X foram: autoritarismo; medo de mudanças e o não compartilhamento de conhecimentos."
Na minha opinião, existem muitas razões para esses acontecimentos, isso podendo inclusive ser uma tese interessante de doutorado a ser explorada. Mas voltando para este artigo, de uma forma em geral, é difícil ser abordada pela literatura as relações entre gerações, pelo extremo da faixa da geração Y (de 20 a 35) ainda ter uma parcela significativa que não entregou no mercado de trabalho. Sem falar do ambiente de altíssima velocidade e complexidade que vivemos. Gostaria de dar um visão baseada em experiências pessoais em diversas empresas e trabalhos voluntários que atuei e atuo. Apesar da minha visão ser compartilhada com diversos profissionais em resenhas informas, não necessariamente terá embasamento teórico essa opinião.
Da geração X para a Y:
⁃ Porque perseguir um meta que não faz sentido? Quantas empresas tem indicadores que não refletem algo útil para a organização, ou é apenas uma parcela do que realmente deveria ser medido, ou apenas porque o indicador fica “verde” dentro da meta.
⁃ Porque gastar energia com uma atividade que ninguém dar valor? Atividades internas, que ninguém se utiliza dela não deveriam ser feito com alta dedicação. Alguém já ouviu a frase: todo trabalho é importante?
⁃ Porque não arriscar se tem convicção da ideia? Pessoas com resultados extraordinários assumem riscos. Antes o sonho de consumo de muitos, talvez até da maioria, era trabalhar em uma multinacional. Hoje ser “Founder” é uma realidade, e um sonho para muitos maior do que trabalhar em uma multinacional.
⁃ A postura pode ser encarada de várias forma. Roupa, aparência, posição corporal, informalidade. Entretanto, para quem isso seria mais importante que o trabalho e seus resultados?
Da geração Y para a X:
⁃ Porque não delegar mais e aproveitar a energia dos mais novos? Vivemos em época de incerteza contínua, se tivermos medo a qualquer mudança como viveremos?
⁃ O poder do conhecimento te manterá no alto, e te deixará lá sozinho. Não multiplicar informação não cria uma equipe de alta performance, não te deixa preparado para ter um substituto para você mesmo se qualificar para possíveis desafios maiores.
O segundo ponto que me chamou bastante atenção foi a avaliação de colaboração entre gerações. O artigo mostrou que a colaboração é mais aderente na ordens: Babyboomer, Geração X, Geração Y.
Vivemos em um período de “colaboração” dentro de uma era de conhecimento amplamente difundido. Isso é dito de forma aberta em diversos eventos de mercado, empresas, workshop, e afins. A geração Y deveria ser a fomentadora dessa colaboração, e entretanto a pesquisa mostrou o contrário, a geração Y se mostrou a menos aderente a colaboração.
Parei para refletir sobre isso, novamente.
Pensei exemplos próximos: pai, tio, amigos e profissionais “babyboomer” e fiquei com uma percepção que ele se ajudam mais a geração Y, da qual faço parte com exemplos próximos: amigos pessoais, amigos de faculdade, amigos de pós graduação.
Recentemente, em um webinar com profissional da geração X mais próximo da babyboomer, ele compartilhou que essa colaboração mencionada de forma maciça em workshop e treinamento se refletem de maneira apenas teórica. Pouca prática. Claro que isso pode ser apenas a realidade dele. Mas com poucas exceções, ainda vejo isso sem a maioria em grandes empresas.
Vejo uma correria insana para entregar resultados medianos, trabalhos rasos e líquidos, o que não possibilita a colaboração entre pessoas. Correria essa que a geração BB não vivenciou lá, o que possibilitou esse cultura de colaboração que talvez falte na geração Y.
A curto, prazo 5 anos, terá o início da geração Z de forma contínua no mercado de trabalho. Mais uma geração de conflitos surgirá. Certamente uma geração mais imediatista e mais digital do que a geração Y. Provocando mais adaptações e provavelmente mais conflitos entre as gerações. Os valores mudam de geração para geração e ainda é desconhecido o que virá da próxima geração. Resta nos prepararmos e nos capacitar para cada vez mais estarmos prontos aos desafios futuros que são desconhecidos hoje.
Encerro esse artigo com frase: hoje quem está parado, sem se qualificar, está andando para trás.
Para contatos do autor:
https://linktr.ee/luizeduardolabriola
Senior Quality Manager - Raia SURF Project
4 aEste assunto sempre gera muito interesse e a convivência entre diferentes gerações no mercado de trabalho já é uma realidade. Vejo uma nova geração de fato muito imediatista em busca de resultados de curtíssimo prazo. Por outro lado temos ainda a geração que vive da experiência adquirida e com pouca disposição para atualização. A estrutura das grandes organizações é pouco motivadora para a nova geração. Isso justifica em muito o desejo de ser um Founder. Eu creio ainda que a colaboração entre gerações e a capacitação continua é o melhor caminho. Vale lembrar que o não compartilhamento de conhecimento é sim uma realidade porém uma atitude medíocre e mesquinha. Não há nada tão prazeroso quanto ensinar, aprender e trocar experiências.