Relatório Econômico Semanal: 21.11.24
RETROSPECTIVA
Na semana mais curta por conta do feriado, a prévia do PIB representado pelo índice IBC-Br referente ao mês de setembro apresentou evolução de 0,8% em relação ao mês anterior. No acumulado do trimestre, a variação foi de 1,1%.
A ata do Copom divulgada durante a semana enfatizou um tom mais duro frente ao compromisso fiscal necessário para que as expectativas de inflação possam se reancorar. Somado a questão de maior dinamismo econômico e dessincronia dos ciclos de juros no exterior, uma postura de maior cautela por parte do Banco Central do Brasil foi colocada.
Nos Estados Unidos, a principal divulgação da semana se deu pelo índice de inflação ao consumidor medido pelo CPI do mês de outubro que cresceu conforme as expectativas, em 0,2% no mês. Na janela anual, a variação encontra-se em 2,6%. Os principais grupos que impactaram no resultado foram os de habitação (0,4%) e alimentos (0,2%).
A leitura da inflação ao consumidor em linha com as expectativas é crucial para que a continuidade do ciclo de corte de juros por parte do FED se mantenha. Frente ao capturado referente ao mês de outubro, as chances para mais um corte no mês de dezembro aumentam.
Contudo, o mercado enxerga que a taxa terminal de juros dos Estados Unidos ainda está bastante em aberto, visto que as políticas econômicas que podem ser adotadas pelo próximo presidente já eleito, podem trazer um maior risco inflacionário no horizonte, exigindo uma postura mais dura por parte do Federal Reserve.
A leitura do Produto Interno Bruto (PIB) europeu registrou crescimento de 0,4% em relação ao segundo trimestre do ano, em linha com as expectativas do mercado. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a variação foi de 0,9%, também em linha com as expectativas. Os dados de atividade fracos em linha com a inflação que se mostra em ritmo de controle, devem permitir mais um corte de juros por parte do Bancos Central Europeu.
PERSPECTIVAS
A semana apresenta uma agenda um pouco mais esvaziada de divulgações economicas, com destaque para a divulgação dos dados de inflação ao consumidor no continente europeu.
Nos Estados Unidos, dados referentes aos pedidos de seguro desemprego irão compor a análise do mercado referente aos movimentos futuros do FED.
Na sexta feira, contaremos com a divulgação do índice PMI de serviços e do PMI industrial dos Estados Unidos, em que será passado uma visão sobre as perspectivas futuras dos gerentes de grandes companhias dos respectivos setores.
Com a recente abertura da curva de juros e com as incertezas marcando o cenário externo, recomendamos reduzir a duration da carteira. Tudo isso provocou uma grande volatilidade nos IMAs, principalmente na ponta mais longa. Por isso, recomendamos reduzir gradualmente a exposição em Fundos IMA-B 5+, que tem em sua carteira NTN-Bs com prazos acima de 5 anos e podem sofrer mais com essa recente volatilidade. Ainda no Longo Prazo, recomendamos manter em 10% em fundos deste segmento, de preferência diversificar entre IMA-B e IMA-Geral.
Recomendados pelo LinkedIn
Adicionalmente, mantivemos nossa recomendação para 10% dos investimentos em fundos de Gestão Duration, aproveitando a estratégia de gestão ativa oferecida por esse segmento. Com o ciclo atual da Selic, fundos de renda fixa passivos voltam a apresentar possibilidade de rentabilidade superior a meta de rentabilidade do RPPS, contudo, a estratégia de gestão ativa ainda se apresenta como alternativa atrativa para o RPPS.
Para um horizonte de médio prazo, mantivemos nossa recomendação para 10% dos investimentos para fundos deste segmento. É importante diversificar dentro do índice, tendo uma exposição índices pós-fixados, como o IDKA IPCA 2A e o IMA-B 5, atrelados a inflação. Além disso, neste cenário de elevação na taxa de juros, é aconselhável cautela no IRF-M e no IRF-M 1+, os índices pré-fixados, devido à volatilidade desses indicadores.
Quanto à exposição de curto prazo, sugerimos aumentar a exposição neste segmento, principalmente fundos CDI. Com as recentes alterações no cenário econômio, recomentamos uma exposição de 15% neste segmento. A Selic terminal para 2024 que era de 10%, passa a ser de até 12%, mantendo uma taxa de investimentos atrativa para o RPPS.
Para diversificar a carteira, é aconselhável adquirir também títulos privados, principalmente as letras financeiras, até atingir uma alocação de 15%. As letras financeiras oferecem taxas que superam, em sua maioria, as metas atuariais dos RPPS e com prazos de até 10 anos, oferecem alternativas atrativas para diversificação de carteira.
Após muitas mudanças nas expectativas de quando o ciclo de corte de juros poderia ocorrer, o FED iniciou a sua redução em setembro, porém não deixou claro qual taxa de juros terminal deve ser alcançada. Além disso, a nova resolução de fundos de investimentos, CVM 175, trouxe novas regras para fundos no exterior que ainda não foram adaptadas pela Resolução 4.963/21. Por isso, recomendamos cautela para fundos de investimento no exterior, tanto em Renda Fixa como fundos de ações ou multimercado exterior.
Quanto aos fundos de ações relacionados à economia doméstica, mantemos nossa recomendação de 20% de exposição. Por mais que a bolsa de valores tenha mostrado certa volatilidade neste ano de 2024, a expectativa ainda é de alta para os próximos meses, na medida que as principais economias do mundo deem sequência na queda de juros, podendo aumentar a demanda por ativos de risco. Sugere-se a entrada no mercado de forma gradual, aproveitando oportunidades na bolsa de valores para construir um preço médio mais favorável.
Em relação aos Fundos Multimercado e Fundos de Investimento Imobiliários (FII), recomendamos manter a exposição em 5%.
Diversificar a carteira de investimentos com essas opções pode ser uma abordagem equilibrada para os RPPS, permitindo obter retornos e ter proteção contra cenários adversos, sempre alinhados com as metas de rentabilidade estabelecidas. Para investidores que enxergam oportunidades de adquirir ativos a preços mais baixos, é importante estar respaldado para a tomada de decisão.
Atenciosamente,